quinta-feira, julho 24, 2008

Sem tripudiar, por favor!

O momento não é de tripudiar. Aliás, nunca é momento pra desfazer os outros. Mas é momento, sim, o melhor momento para ADVERTIR de que é preciso ter a cabeça no lugar. Agir com racionalidade. Sem preconceitos. SEMPRE. SEMPRE!
Em 10 de abril de 2008, no auge da crise, publicamos análise do Mestre Hélio Sassen Paz, destacando "Enfim um análise séria, equilibrada, descontaminada".
Este é o momento mais propício para reler. Relembar para meditar. Aprender.
Capacidade de abstração intelectual e disciplina de raciocínio são um privilégio.

Parabéns Hélio:

Quinta-feira, Abril 10, 2008

ENFIM UMA ANÁLISE

SÉRIA, EQUILIBRADA, DESCONTAMINADA.
Sem necessariamente concordar com tudo, cumprimento o Mestre Hélio Sassen Paz. E olha que escrever com esse equilíbrio, depois das duas desclassificações, exige muita capacidade de abstração intelectual e disciplina de raciocínio.
Não morro de amores pela qualidade nem pela simpatia de CELSO ROTH. Uma verdade é preciso ser dita, por questão de justiça: seu currículo não é brilhante e nem tampouco vergonhoso. Com o passar do tempo, o profissional certamente aprendeu muitas lições ao longo de quase sete anos e meio de trabalho fora da dupla Grenal e já passou por todos os grandes centros futebolísticos brasileiros: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Como atenuantes às duas derrotas que ocorreram justamente no momento em que não poderiam ocorrer de jeito nenhum em função das duas eliminações em apenas 76 horas, embora já tivesse trabalhado com uma pequena fração do plantel em clubes anteriores, até onde sei, ROTH não indicou NENHUM jogador do grupo montado para 2008.
Em 50 dias de trabalho até o momento, apresentou um aproveitamento de quase 80% contra adversários muito fracos em um campeonato desnecessário.
Por causa de uma abstração chamada “tradição”, GRÊMIO, JUVENTUDE, CAXIAS e o tradicional adversário perdem tempo, forçam seus jogadores a viagens desconfortáveis de ônibus, correm o risco de lesões graves por causa de gramados ruins e de ALGUNS adversários violentos, pouco inteligentes e invejosos. A CARAVANA DA MISÉRIA atravanca a vida de clubes que possuem ambições (e, conseqüentemente, obrigações) maiores, prejudicando muito a sua preparação para a LIBERTADORES ou COPA DO BRASIL e BRASILEIRÃO. Apesar do risco ser iminente para todo e qualquer atleta que entra na chuva, não foi por uma infeliz coincidência que o GRÊMIO perdeu nada mais nada menos do que SETE jogadores que vinham sendo titulares e mais uma série de reservas imediatos.
ROTH, conhecido por uma regularidade que desconhecia vexames homéricos mas também conquistas inesquecíveis e relevantes, inventou novamente. Desta vez, mais por falta de opções minimamente razoáveis, ao contrário do que já o fizera na desclassificação do GRÊMIO para o SÃO CAETANO na COPA JOÃO HAVELANGE em 2000 ou mesmo com um time inferior porém organizado e aguerrido nas quartas-de-final do BRASILEIRÃO de 1998 contra o CORINTHIANS.
Bem dizendo, ROTH só venceu uma seqüência de mata-matas interessante quando levou o TRICOLOR DOS PAMPAS à conquista da inexperessiva COPA SUL diante do PARANÁ CLUBE em 1999. Além do também inexpressivo GAUCHÃO de 1997 pelo tradicional adversário, sua lista de títulos oficiais termina aí.
Erros isolados pesam quase que exclusivamente contra o treinador. Erros com atenuantes respeitáveis como a sua surpreendente contratação em meio ao trabalho de outro técnico (VAGNER MANCINI) cuja verdadeira capacidade neste contexto recente jamais iremos conhecer; a necessidade imediata de ter que manejar um grupo que não foi montado por ele e, finalmente, uma série de lesões que desmontou completamente o plantel fazem com que - por incrível que pareça - o técnico ainda mereça uma última chance.
Não é nenhuma insensatez nem tampouco um ato de compaixão ou de excesso de respeito ao profissional caso o presidente ODONE decida por isso. Tenho uma lista de vários técnicos que poderiam assumir no lugar de ROTH que considero mais promissores ou, simplesmente, melhores do que ele.
Então, porque não duvido dessa hipótese e não me poosiciono contra ela?!
Porque ele não pegou uma batata quente: pegou lava vulcânica com luvas de amianto furadas. Vejamos:
a) ROTH chegou a um GRÊMIO cuja necessidade imediata de reforçar o grupo com algumas indicações suas nunca foi satisfeita;
b) Somente agora ele terá a possibilidade de afirmar seu estilo de jogo com um mês inteiro para curar a maioria dos jogadores entregues ao departamento médico e também para treinamentos técnicos, táticos e uma nova bateria de recondicionamento físico para a parte mais importante da temporada (de maio a dezembro) sem precisar interromper esse importante trabalho por causa de viagens constantes.
Um ouvinte da RÁDIO GAÚCHA após a derrota para o ATLÉTICO-GO sugeriu o nome de PAULO PORTO. Alguns falam em GUILHERME MACUGLIA. Eu sempre pensei em TITE, que é o único técnico conhecido nacionalmente que está dando sopa e conhece a cultura do GRÊMIO, mas seu currículo ficou muito manchado pelo caso das “ovelhinhas” e também pelo rebaixamento do ATLÉTICO-MG, além de não ter dado certo no PALMEIRAS. Contudo, os dois primeiros ainda são incógnitas em nível nacional e o GRÊMIO está muito fragilizado para apostas. FELIPÃO, RENÊ SIMÕES e PARREIRA preferem seleções estrangeiras e ZICO prefere firmar-se no mercado europeu de clubes. LUXA, AUTUORI, ABEL BRAGA, MURICY RAMALHO, LEÃO e MANO MENEZES são caríssimos e estão todos empregados em clubes com perspectiva de resultados amplamente superiores àqueles que a capacidade de investimento atual do TRICOLOR pode almejar. RENATO PORTALUPPI e ADILSON BATISTA estão em alta e muito bem empregados. ANTÔNIO LOPES e MÁRIO SÉRGIO já deram o que tinham que dar. DORIVAL JÚNIOR, PAULO BONAMIGO, GENINHO, ZETTI, NEY FRANCO e CAIO JÚNIOR poderiam ser alternativas financeiramente viáveis, mas estão empregados e desenvolvem trabalhos amparados por PROJETOS DE GESTÃO organizados. JOEL SANTANA e JAIR PICERNI são muito fracos.
Da última vez que o GRÊMIO trocou de técnico várias vezes em um ano, caiu para a Série B em 2004.
Por tudo o que disse acima, mesmo sem brilhantismo, por incrível que pareça, defendo a permanência de CELSO ROTH no comando técnico TRICOLOR.
PELAIPE está cansado, estressado, pressionado e erra muito?! Então, que saia o dirigente.

Nenhuma promessa de facilidades no futuro. Mesmo assim, nada muda.

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezados manfredsilva e Hélio

Elogiável o resgate e a reprodução do texto pelo Blog.