quarta-feira, abril 11, 2007

Donos da razão

Donos da razão
Já há algum tempo, observo a prepotência, agressividade e truculência com que alguns treinadores se portam no dia-a-dia profissional. Surpreende-me, negativamente, a importância e visibilidade de que gozam na mídia esportiva.
Agem como se fossem peças imprescindíveis, decisivas e definitivas; determinam regras, personificam critérios, não admitem questionamentos e tampouco contestações. No fracasso, culpam aqueles que não entenderam suas orientações.
Tudo na vida tem que ter limites; os do treinador são estabelecidos pelo próprio clube, por seus dirigentes, únicos verdadeiramente comprometidos com a instituição.
No futebol brasileiro está se criando a cultura positiva da preservação do treinador com o estabelecimento de projetos a médio e longo prazo, o que não significa dizer que todos já estejam preparados para a tão aguardada “estabilidade de emprego”.
Com o futebol sustentado na velocidade, movimentação e espírito coletivo, a qualidade e inteligência tática das equipes passaram a ser os fatores diferenciais, valorizando e premiando o técnico estudioso e competente. Só não devemos esquecer é da multiplicidade de fatores, às vezes, até sobrenaturais, que envolvem uma partida ou uma conquista. Ganha e perde o coletivo, o grupo e não-somente seus comandantes ou comandados.
Assim como não se pode crucificar o erro pontual de um treinador na hora da derrota, deve-se ter um pouco mais de prudência para não super valorar contribuições individuais nas vitórias.
Os treinadores precisam ser avaliados pela média de comportamento e desempenho ao longo de suas carreiras, sem preconceitos e tampouco idolatrias descomensuradas.
São peças fundamentais na estrutura de um trabalho, mas nunca serão mais importantes que o próprio trabalho, que a própria instituição que os emprega ou do próprio torcedor que é a razão de ser de tudo isso – o futebol.
evandro.krebs@final.com.br

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