sábado, agosto 25, 2007

Caso cheques ISL tem novidade

"Reconhecimento do MP é um alívio"
Entrevista: Martinho Faria, ex-vice presidente de finanças do Grêmio

Vice de finanças do Grêmio de 1999 a 2000, o empresário Martinho Faria, 66 anos, é um dos três denunciados no caso ISL que tiveram encaminhado seu pedido de absolvição pela promotora Carmen Conti em suas razões finais. Os outros dois são o empresário Dody Sirena e Nilton Maia Leão, ex-diretor financeiro da ISL do Brasil. Agora, está aberto o prazo de 10 dias para que os 11 réus do caso apresentem suas razões finais. Os outros oito são José Alberto Guerreiro, Wesley Cardia, Walmor Schaefer, Jamel Nasser, Cesar Augusto Roweder, Celso José Roweder, Emerson Borges de Jesus e Tcharles de Abreu. Depois disso, a juíza do caso, Kátia Elenise Oliveira da Silva, dará sua sentença.Zero Hora - Como o senhor recebe a decisão da promotora?Martinho Faria - Considerei muito sobre a arte de calar. Estive quieto durante todo esse tempo. Desde o início, fiquei inconformado com meu indiciamento nesse caso, por saber completamente improcedente. A maior prova é que o próprio Ministério Público reconheceu que não há procedência nesse indiciamento. É um alívio, estou reconhecido com o pronunciamento do MP, mas o reconhecimento final virá com a sentença da juíza.ZH - Qual o tamanho do prejuízo para sua imagem?Martinho Faria - É inimaginável. Sofri durante todo esse tempo. Também sofreram meus familiares e amigos. Não vou viver o suficiente para poder tentar explicar algumas coisas.ZH - O que pode ter provocado seu indiciamento? Martinho Faria - Usei toda a prudência que um administrador poderia ter. Em correspondência, pedi a ISL, proprietária dos atletas, que se dirigisse diretamente aos clubes que cobravam as multas e com eles buscasse um acerto. Não forneci nenhum número de conta.
Entenda o caso ISL
- Em agosto de 2000, a ISL do Brasil emitiu em nome do Grêmio três cheques totalizando R$ 555.799
- O valor seria usado no pagamento de multas relativas à contratação de Amato, Astrada e Paulo Nunes, que estavam no Rangers (Escócia), River Plate e Palmeiras, respectivamente
- Após a falência da ISL, empresa suíça que patrocinava o Grêmio, ficou constatado que os três clubes não haviam cobrado multa ou recebido o dinheiro
- Nominais ao Grêmio, os cheques foram endossados e depositados em contas de terceiros
- Em junho de 2005, a 1ª Vara Criminal aceitou denúncia do Ministério Público contra 11 pessoas envolvidas no caso
- A sentença deverá ser proferida até o final deste ano
zh de 27-08-07

2 comentários:

Anônimo disse...

notícia do site Espaço Vital:
"Os três cheques do golpe de US$ 310 mil - valor que a ISL enviou ao Grêmio para que pagasse três supostas multas - fizeram uma rota de labirinto para dificultar que, em caso de risco, houvesse a descoberta do destino do dinheiro.

* 1º passo: os cheques foram emitidos pela International Sport Leisure do Brasil, no Rio, em 10 de agosto de 2000, após formais insistências, por escrito, em correspondências assinadas por José Alberto Guerreiro e Martinho Camelo Faria. Eram pagáveis no Banco Itaú - nominais ao Grêmio F.B.P.A.- e foram assinados pelo diretor da ISL do Brasil, Wesley Cardia. Os três cheques somaram R$ 555.799. Com a correção monetária pelo IGP-M, sem juros, o valor corresponde hoje a R$ 1.000.359,95; com os juros legais, chega a R$ 1.435.516,53. Os cálculos de atualização foram feitos pelo Espaço Vital.

* 2º passo: depois de emitidos pela ISL Brasil, os três cheques nominais foram endossados, no verso, por duas assinaturas não identificáveis até agora, colocadas acima dos dizeres carimbados com o nome do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense . As aparências indicam que esse carimbo foi mandado fazer apenas para esses três atos do endosso, porque seu uso não foi localizado em nenhum outro documento do clube. Nos demais carimbos em uso no Grêmio, a expressão "Porto-Alegrense" jamais aparece em palavras compostas separadas por hífen.

* 3º passo: Após o endosso, os três cheques foram depositados em contas de "laranjas", no Brasil. Feita a compensação, o dinheiro foi sacado - pelos próprios "laranjas" - e entregue aos doleiros. Estes não lembram a quem foi entregue o "produto" final. Os "laranjas" receberam suas módicas comissões. O caso do "laranja" Emerson Borges de Jesus tem a singularidade de que uma nova conta bancária, em nome dele, foi aberta, em Blumenau, para receber, exclusivamente, o depósito de um dos três cheques. "
transcrito de gremio1983.blogspot.com

Anônimo disse...

CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2007
Caso Grêmio/ISL apresenta novidade
Ministério Público sugere a absolvição de três dos 11 denunciados no caso que começou em 2005. Sentença pode ser proferida em outubro
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Carlos Corrêa

Depois de dois anos, o caso Grêmio/ISL caminha rumo ao seu final. Nesta semana, a promotora Carmen Conti, do Ministério Público Estadual, apresentou as suas alegações finais sobre a questão que está na Justiça desde 2005.

Houve a sugestão de que três dos 11 denunciados sejam absolvidos: o empresário Dody Sirena, o ex-vice de finanças do Grêmio Martinho de Faria e o ex-funcionário da ISL Brasil Nílton Leão. Os outros oito citados no processo são José Alberto Guerreiro, Wesley Cardia, Jamel Nasser, Celso Roweder, César Roweder, Valmor Schaefer, Emerson de Jesus e Tcharles de Abreu.

A tendência é que a sentença em primeiro grau possa ser dada pela juíza da 1ª Vara Criminal de Porto Alegre, Katia Elenise Oliveira da Silva, ainda em outubro.

A denúncia à Justiça foi feita pelo promotor Ivan Melgaré em 23 de julho de 2005. No entanto, como ele passou a atuar como coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, a promotora Carmen Conti assumiu o processo.

As alegações apresentadas pela promotora não têm valor final. 'Essa é apenas a posição do Ministério Público, não a sentença', ressalva Paulo Olímpio, advogado do ex-presidente do Grêmio José Alberto Guerreiro. Mathias Nagelstein, advogado de Martinho de Faria, disse estar alegre por o parecer ter sido favorável.

Na semana que vem, a juíza Kátia Elenise Oliveira da Silva deve divulgar um edital para que as defesas apresentem as suas alegações finais. Habitualmente, o prazo estabelecido é de três dias. No entanto, como o processo envolvendo o caso Grêmio/ISL é considerado muito complexo - já soma 22 volumes -, ficou definido que o prazo para as apresentações será de dez dias.

O caso teve início em março de 2005, quando o delegado André Mocciaro abriu inquérito para apurar o destino final de três cheques que, somados, passavam de R$ 555 mil e que teriam supostamente sido solicitados de forma irregular pelo Grêmio à ISL, multinacional que à época investia no clube.

Uma reunião realizada na semana passada no Conselho do Grêmio definiu pelo arquivamento de um relatório feito por uma comissão de ética sobre o caso. Se a Justiça condenar o ex-presidente Guerreiro, ele então será excluído do quadro social do clube, cumprindo o estatuto.