sexta-feira, junho 20, 2008

Sim à Verdade! Sim à Cidadania! Afinal quem tem razão?

NÃO À CANALHADA!
NÃO À ROUBALHEIRA!
NÃO À CORRUPÇÃO!
ÑÃO À MENTIRA!
NÃO À DISTORÇÃO!
NÃO AO SENSACIONALISMO CORRUPTO!
SIM À LIBERDADE DE OPINIÃO E DE INFORMAÇÃO BASEADOS NA VERDADE!
SIM À DIVERGÊNCIA DE OPINIÃO BASEADA NA VERDADE!
SEMPRE TUDO BASEADO NA VERDADE!!!!!!!!!!!!!!!!!
Para o debate:
O SISTEMA AGRADECE

“Os assassinos estão livres, nós não estamos”.
(Renato Russo – Teatro dos Vampiros)


Fui um dos milhões de gaúchos que ouviu, pelo canhão da rádio gaúcha, o promotor aposentado e jornalista na ativa, Cláudio Brito, repetir, por um par de horas, que o Vice-Governador Paulo Feijó gravara uma conversa que mantivera com o então Secretário da Casa Civil do RS, Cezar Busatto. Nela, insistia o promotor e jornalista, Busatto perguntava a Feijó: “Qual o teu preço?”

Naquela sexta-feira, demorei a me recompor. Ao mesmo tempo, lembrei que quem estava à frente da divulgação da denúncia era ninguém mais, ninguém menos, do que o funcionário da RBS, que no dia 12 de junho de 2007, tomou a atitude tresloucada de se insurgir, ao vivo, contra a direção da Rádio Gaúcha, durante a apresentação do programa Gaúcha 19h. Afobadamente, o jornalista na ativa pegou suas coisas e foi embora do programa, sendo substituído, interinamente, por Daniel Scola. Motivo da querela? Um pedido feito pelo diretor de jornalismo da Rádio Gaúcha, Cyro Martins, de que naquele dia todos os programas da emissora abrissem com notícias sobre o jogo entre Grêmio e Boca Junior pela Copa Libertadores da América. Resultado? Dez dias de suspensão para Cláudio Brito.

Depois de duas horas ouvindo atentamente a cobertura da Rádio Gaúcha, tinha uma só certeza: acontecesse o que acontecesse dali pra frente, dissesse o que dissesse Busatto, Cláudio Brito garantira a festa, o dia de glória do que há de mais podre na política gaúcha. Com efeito, o sistema político, seus membros mais representativos da jogatina, do enriquecimento ilícito, dos lobbies empresarial e sindical agradeceriam para sempre ao jornalista na ativa. Porque não é sempre que um butim tão suculento e do tamanho do ex-Secretário da Fazenda do RS, ex-Deputado Estadual, ex-Secretário de Coordenação Política e Governança Local de Porto Alegre, ex-Secretário da Casa Civil do RS, é oferecido como carniça por um promotor aposentado às matilhas associadas da corrupção pública e privada, saciando tamanha fome de vingança.

Passadas algumas horas, fita degravada, o tresloucado Cláudio Brito não retornou em horário nobre para corrigir tamanho erro e não se tem notícia de que tenha sido forçado a fazê-lo. Foi confrontado com o mau jornalismo no Conversas Cruzadas, da Tv Com, do mesmo dia, quando em resposta a cobrança de Busatto, ofereceu a covardia do silêncio.

Pois em nenhum momento da conversa censurada em uma hora por Feijó, Busatto pergunta qual seria seu preço para entender-se com a Governadora Yeda Crusius. Mas às 23h de uma sexta-feira, pouca gente no RS estava interessada na verdade ou ligada na televisão. Imitando as Fúrias de Dickens, muita gente passou a confundir mensalão, Detran, operação Rodin, negociatas da Varig, das teles, acidente da Tam, Clube da Cidadania e dezenas de outros escândalos promovidos pelo sistema político com o tal “preço” propagandeado por Cláudio Brito.

Não posso exigir das Fúrias a precaução da dúvida. Mas posso exigi-la de um grupo de comunicação como a RBS. Tenho dúvidas se a empresa Folha da Manhã, que edita o maior e melhor jornal do Brasil, a Folha de São Paulo, divulgaria com tanto afã uma fita da qual foi subtraída pelo “grampeador” nada mais, nada menos, do que uma hora de conversa. Afinal, o que mais disseram Busatto e Feijó? E se ao longo da conversa, Busatto, muito mais do que repetir o que é comentado nas redações, nos bares, nos intervalos dos debates nas rádios e Tvs, a respeito de financiamento eleitoral, relatasse os inúmeros mecanismos e ferramentas de controle e transparência dos gastos públicos que desenvolveu no governo do RS e na prefeitura de Porto Alegre?
Do mesmo modo, o que revela Feijó, além da preocupação com seus negócios em Punta del Este e que não mereceu uma palavra de indignação do promotor aposentado Cláudio Brito. Afinal, poderia, no mínimo, questionar esta confusão entre o público e o privado admitida pelo dublê de empresário e Vice-Governador.

Há um problema sério num quebra-cabeça onde as peças não se encaixam. Como pode um corrupto – e é essa qualificação de Busatto que Cláudio Brito vendeu para o RS e o Brasil inteiro – liderar o maior movimento de responsabilidade social do Estado, atraindo sobre si os olhos da mídia, do Ministério Público, do TCE, de dezenas de ONGS? Como pode um corrupto apresentar um projeto de Lei de Responsabilidade Social que torna impossível a vida dos políticos mentirosos e dos governantes desonestos? Como pode um corrupto criar o Observatório da Cidade de Porto Alegre, onde qualquer cidadão e qualquer cidadã podem encontrar o orçamento da cidade e sua execução, inclusive da Secretaria que ele próprio dirigia? Como pode um corrupto criar um mecanismo que dificulta a vida de entidades fantasmas no Fundo da Criança e do Adolescente em Porto Alegre? A lista é enorme!

Mas as fúrias avançaram mais ainda sobre a racionalidade de quem delas deveria estar livre. No último final de semana, o jornal Zero Hora publicou uma pesquisa sobre o que pensam os gaúchos a respeito da divulgação por Feijó da conversa gravada com o ex-Secretário da Casa Civil. Diante do contexto em que estamos afogados, o resultado foi o óbvio.

Em verdade, a pesquisa não serviu apenas como um instrumento para legitimar a atitude do Vice-Governador. Serviu, também, como um hábeas corpus para o promotor aposentado Cláudio Brito e, por extensão, para o Grupo RBS, envolvido em mais um ato tresloucado do seu funcionário. Porque se não fosse assim, os entrevistados deveriam ser convidados a responder uma outra pergunta: “você se sente seguro em opinar sobre o conteúdo de uma gravação, da qual foram cortados sessenta minutos de conversa?”.

Quanto a esses dois erros conexos, não tenho dúvidas de que o ombudsman da Folha de São Paulo exigiria uma explicação pública do Grupo Folha da Manhã e uma punição exemplar para o jornalista na ativa, atitude de uma empresa que aprendeu com as duras conseqüências da permissividade com o jornalismo marrom, exercido por alguns de seus profissionais no caso da Escola de Base em São Paulo. Frustra-me, apenas, que o Grupo RBS não tenha aprendido com o caso Bisol que, aliás, cobrou dela um alto preço, pago na justiça. O que dizer da revista Veja, então, cuja credibilidade foi esmagada pelo desfecho do caso de Ibsen Pinheiro?

Estando demonstrado que Busatto não é corrupto, que não cobrou o tal “preço” de Feijó, resta a leitura de que ele foi omisso diante do loteamento de cargos e da corrupção à sua volta, de acordo com as Fúrias que ouviram e interpretaram a fita censurada em uma hora.

Não vou me ocupar da falsa indignação de parte dos parlamentares petistas, tão bem conhecidos pela defesa que fizeram dos mensaleiros há bem pouco tempo. Como afirmei antes, não quero dialogar com as Fúrias, mas com quem deve ter responsabilidade numa hora tão decisiva para o futuro do RS.

O problema não está na divisão de cargos entre os partidos que formam uma coalizão de governo. O que devemos levar em conta é, primeiro, se há um projeto de interesse público que legitime este condomínio de “partes” e, segundo, se por trás dele não circulam moedas podres para mantê-lo coeso.

Divisão de cargos entre partidos, portanto, faz parte da arquitetura de qualquer democracia decente e, no RS, esteve presente nos governos pós-ditadura militar, desde o de Collares, passando por Britto e Olívio, até o de Yeda Crusius. Não fosse legítima esta prática, o Grupo RBS estaria em maus lençóis, se confrontado com o passado recente, pois é público e notório que apoiou com unhas e dentes o projeto de privatizações do Governo de Antônio Britto.

O segundo ponto importante a comentar é financiamento eleitoral. Em entrevista publicada ontem em ZH, Busatto afirma que: “Li à CPI texto de livro que escrevi, de 2005, no qual digo textualmente que a ocupação de cargos pelos partidos, da forma como se dá, é a porta de entrada para atividades possivelmente ilícitas, para a utilização de recursos públicos para financiamento de campanhas. Proponho a profissionalização do serviço público e mudar as formas de financiamento das campanhas. Agora, é verdade que, como chefe da Casa Civil, tenho de operar nos marcos da política vigente”.

Conheço o que Busatto pensa e a forma como age. Trabalhamos juntos há dez anos; já escrevemos três livros conjuntamente; ajudei-o a desenvolver dezenas de projetos na área da responsabilidade social e, sobretudo, ajudei-o a modificar o ambiente da política em Porto Alegre e no RS. Em relação a este último ponto as matilhas também devem estar profundamente agradecidas: retomamos a polarização na terra da degola. Sinto muito, mas Busatto não é omisso, ao contrário, sua postura tem operado transformações no sistema político gaúcho. Explico.

A convivência do novo e do antigo é matéria de longo debate filosófico. Mas há exemplos bem concretos.

Poucos têm dúvida do papel que o Grupo RBS desempenha na área da responsabilidade social corporativa. Exemplo disso é que foi uma das primeiras empresas do seu ramo a publicar o Balanço Social. Mais do que isso, através da Fundação Mauricio Sirotsky Sobrinho desenvolve projetos fundamentais na área da inclusão social. Sua campanha sobre o cuidado que devemos ter com as crianças ainda é case no Brasil e no mundo.

Diante disso, poderíamos perguntar sobre seu Código de Ética corporativo: seus anunciantes contribuem para campanhas eleitorais? Como os fiscaliza? Que garantias tem de que não contribuem com caixa dois de partidos políticos?
Mais: seus anunciantes exploram menores, estão envolvidos com pirataria, com crimes tributários ou ilícitos penais?

O que explica, por exemplo, que o jornal Zero Hora ainda mantenha em seus Cadernos Classificados anúncios de prostituição? Segundo trabalhos acadêmicos e da própria polícia, há uma conexão muito forte entre corrupção política, prostituição, prostituição infantil, pirataria e narcotráfico. Como justificar isso? Como o Grupo RBS ainda convive com o antigo? Pela lógica do promotor aposentado Cláudio Brito o nome disso seria cumplicidade e omissão e não “ético e legal”, título do seu artigo de ontem, dezesseis de junho, em ZH.

É muito provável que os anúncios de prostituição desapareçam ao longo do tempo das páginas de Zero Hora, porque este “antigo” vai sendo superado pelo conjunto de princípios, valores e práticas novos que o Grupo RBS vem desenvolvendo com a comunidade gaúcha, em especial nos últimos dez anos. Dito de outra forma, o processo de mudança e inovação faz conviver aqueles que, por seus interesses, querem que tudo fique como está, com aqueles outros que o subvertem a todo momento, conectados que estão com as mudanças que são operadas nas pessoas e na sociedade. E assim, o sistema vai sendo alterado e modernizado.

Seria um desastre se, por conta dos anúncios de prostituição e dos riscos embutidos, perdêssemos todos os meios de comunicação que a RBS nos oferece e nos quais, pessoalmente, participo ativamente e com muito orgulho.

Assim como é um desastre perdermos a capacidade e a coragem de Cézar Busatto para transformar o sistema político. Pois, parafraseando Renato Russo, da Legião Urbana, “os assassinos estão soltos... Busatto, não”. E o sistema agradece.

Plínio Zalewski
Assinante de Zero Hora
Participa como convidado dos Programas
Polêmica da Rádio Gaúcha e do Conversas Cruzadas
Da TV COM
Não temos compromisso nem com o Governo Yeda nem com Busatto nem com o PT nem com ninguém.
TEMOS COMPROMISSO COM A VERDADE!
Ouvimos "toda a parte da fita" (!) divulgada. Ouvimos a leitura da degravação lida pelo Deputado Presidente da CPI. Ouvimos o repto de Busatto aos jornalistas que apontassem tal parte. Silêncio TOTAL.
Nunca, em nenhuma parte da fita há palavras de Busatto perguntando o preço do Vice-Governador.
Com que justificativa, então, alguém diz e continua dizendo ter havido tal proposta? Só pode ser por canalhice.
Critique-se Busatto por motivos outros, mas não por ele ter dito o que não disse! Daí é uma agressão a quem tem um mínimo de inteligência e, obviamente, não é fanático!
Amanhã a mesma coisa acontecerá contigo, caro leitor!
Eu sei o quanto dói porque comigo já aconteceu. Por questões pessoalmente irrelevantes, bobajadas, mas com revolta absoluta pelo massacre da distorção do que fora afirmado. E a continuação do massacre mesmo depois de provada, IRREFUTAVELMENTE, MATERIALMENTE, a inconsistência da VERSÃO!

Um comentário:

Anônimo disse...

Domingo, 22 de Junho de 2008
A verdade por favor!!! Vale pra ti, também, Benfica!!!

Leitor deste bloga gremista atento nos remete reclamação contra pseudonotícias, inverídicas ou distorcidas. Informa ter saído no blog gremio1983 (aliás excelente blog publicado por André Kruse), a nota abaixo:


"Em 2005, temeroso de que o meia Anderson, cujo contrato estava por se encerrar, fosse embora de graça, Odone decidiu convocá-lo para uma reunião. Até hoje, passados três anos, ele diz não esquecer do gesto de maturidade e gratidão do jogador, hoje no Manchester, da Inglaterra*.. - Ele disse: presidente, me venda agora. O Grêmio tem o direito de ganhar dinheiro comigo - conta Odone. Efetuada em duas etapas, a venda de Anderson rendeu ao Grêmio 8,5 milhões de euros (R$ 21,1 milhões)." (Zero Hora, 20 de junho de 2008)

O contrato de Anderson NÃO ESTAVA POR SE ENCERRAR em 2005. Tanto que o que a direção do clube fez em 2005 (elogiavelmente) foi aumentar o salário do atleta para elevar o valor da multa contratual. O PRAZO DO CONTRATO PERMANECEU O MESMO.

O contrato com o jogador - segundo essa informação - havia sido celebrado no ano de 2004 graças ao trabalho do falecido SÍLVIO CUNHA que ajudou o Vice-Presidente de Futebol SAUL BERDICHESKY a fazer o PRIMEIRO CONTRATO PROFISSIONAL com o jogador então com apenas 16 anos de idade.

ESSA A VERDADE DOS FATOS!

Vem a pergunta. O que leva um repórter da importância de BENFICA a publicar matéria (notícia não, porque notícia não é) claramente INVERÍDICA.

Qual a vantagem que tem o repórter em distorcer a matéria atribuindo o mérito a pessoa diferente da correta, se profissionalmente isso desgasta a imagem dele? Isso é coisa que até hoje não conseguimos entender.

SOCORRO!!! SOCORRO!!!SOCORRO!!! A VERDADE POR FAVOR!!!!!!!!