quarta-feira, abril 14, 2010

Presidente Kroeff projeta o futuro do Grêmio







A entrevista foi publicada em www.arena.gremio.net
Alguns dos pontos principais abordados pelo Presidente do Grêmio:
a Arena é o futuro do Grêmio.
-  ajudará o Grêmio a se modernizar
- será o estádio mais moderno do Brasil e, talvez, da América do Sul
- relações da parceria
- crédito aos ex-presidentes Fábio Koff e Paulo Odone
- de dez grupos políticos, nove apóiam
- não vou mandar ninguém ficar quieto nem vou cassar a palavra
- A Grêmio Empreendimentos dá 100% de atenção à Arena e "tem a minha confiança"




A história de Duda Kroeff, atual presidente do Grêmio, em parte confunde-se com a própria história do time. Isto se deve pela forte ligação da sua família com o clube ao longo de muitos anos. Seu pai, Fernando Kroeff, era figura conhecida por ter sido presidente, em 1958, e Patrono do Grêmio, desde 1960. O largo dos Campões leva hoje o nome dele em homenagem a sua presença constante e marcante na vida tricolor.
A paixão pelo Grêmio foi herdada por Duda que, apesar de um histórico de vida atrelado ao Olímpico, é um dos entusiastas pela construção Arena por enxergar neste empreendimento o futuro do clube gremista. Na entrevista que segue Duda fala sobre o que pensa da Arena Grêmio, o que ela vai trazer de benefícios para o time e os motivos pelos quais esse é o principal projeto do clube para os próximos anos e por que deve receber o apoio de toda a nação tricolor.
Por que o senhor é favorável a construção da Arena?
Eu sou apaixonado pelo Estádio Olímpico, mas a Arena é o futuro do Grêmio. Afirmo que, hoje, a Arena é o projeto mais importante do Grêmio, pois vai significar uma mudança grandiosa para o clube. Não só vamos ter o estádio mais moderno e mais bonito do Brasil, como talvez o da América do Sul. 
O projeto também vai ajudar o Grêmio a se modernizar administrativamente, uma Arena sempre faz com que isso aconteça. Vi isso acontecer com o Atlético Paranaense e com vários times ingleses. Por exemplo, o Grêmio vai ser obrigado a enxugar, a ter menos funcionários. Vai se obrigar a funcionar com um modelo de gestão modernizado.
Um histórico familiar tão fortemente ligado ao clube e ao próprio estádio Olímpico não seriam ingredientes suficientes para ser contra a mudança?
Mais uma vez, reforço que sou apaixonado pelo Olímpico. Tem o nome do meu pai no largo que chega ao Estádio, tem o nome dele na sala do Conselho. Eu, de fato, tinha tudo pra querer que o Olímpico jamais fosse destruído. Talvez, neste dia eu até possa chorar. Mas não podemos pensar só no passado, precisamos olhar para o futuro. A vida vai pra frente. Apesar de o Olímpico ter dado certo, ele já está velho. A gente pode tranquilamente passar para uma era mais moderna, através de uma Arena multiuso, padrão FIFA. É o futuro do esporte e também é o futuro do Grêmio.

A Arena do Grêmio é um dos projetos do Brasil mais modernos atualmente. Isso pode ajudar o time do Grêmio no futuro?
Não vai ajudar o time diretamente, mas ele vai obrigar o Grêmio a ficar mais moderno, como um todo, administrativamente, principalmente. E, consequentemente, isso vai tornar o Grêmio mais lucrativo, mais superavitário. Hoje a gente luta muito com dificuldades financeiras. O Grêmio tem muita receita. Isso ajuda. Mas tem muita despesa também. Então, certamente com a Arena isso vai melhorar. O Grêmio vai se tornar mais lucrativo e vai poder fazer um time melhor.
Por favor, explique melhor como será na prática essa gestão moderna.
Por exemplo, com uma Arena não temos a necessidade de uma equipe inteira de manutenção temos hoje no Olímpico. Para ter uma ideia, tem um estádio em Monique, na Alemanha, um dos mais modernos que existe, onde a manutenção é feita com seis pessoas. Uma coisa impressionante, um estádio enorme, moderníssimo, é mantido com somente seis pessoas. Aqui no Grêmio são 200. Nós temos 300 funcionários, e uns 150 trabalham na manutenção. Esse é um bom exemplo. Na Arena vão precisar de seis pessoas ou talvez 10, semelhante ao caso da Alemanha. Isso vai fazer com que a gente gaste muito menos.
Também temos que aproveitar, quando estivermos sendo transferidos para a Arena, para promover várias mudanças administrativas, no sentido de trazer para o Grêmio uma gestão moderna, que agora nós encontramos dificuldade para fazer. Nós já estamos fazendo, mas é difícil, pois encontramos resistências. O pessoal está muito acostumado do jeito que está. O projeto Arena vai ser uma boa oportunidade para profissionalizar esse pessoal. Lá vai ser mais enxuto e mais profissional.
A Arena não é uma grande oportunidade de unir força de todos os grupos que fazem parte do Grêmio em torno de um projeto grande, um dos maiores?
Em parte isso já está acontecendo, porque o Grêmio tem cerca de nove grupos políticos. Na minha eleição foram seis a meu favor e três contra. E na Arena tem oito a favor e um contra, que é o grupo ´Grêmio Acima de Tudo´, no qual não são todos são contra. Nesses grupos que foram protagonistas na minha eleição, por exemplo, todos são totalmente unidos no projeto Arena. Isso já está mais ou menos acontecendo. Só não temos 100%. Mas também era querer demais, embora, tenho visto pessoas que durante a eleição eram antagonistas, agora falando o mesmo discurso. É um projeto grandioso e complexo. Essa união é muito boa. Excelente.
Como tem sido o trabalho com a OAS, quando o senhor participa?
Não acompanho integralmente porque não é possível. Tenho trabalho todos os dias que envolvem todo o Clube e o principal é o futebol, sempre. Por isso foi criada a Grêmio Empreendimentos, presidida pelo Adalberto Preis, que dá 100% de atenção ao projeto Arena, além de ser plenamente capaz e ter minha confiança para liderar esse processo. Mas, participo de algumas das reuniões com a OAS, quando eles vêm aqui, de 15 em 15 dias, no máximo. Tenho visto um espírito de parceria que me deixa animado. Evidente que tem algumas coisas que precisam ser ajustadas. O contrato é muito grande, foi feito um pouco rápido e aí eu conto com a parceria da OAS, porque eles não têm nenhum interesse em prejudicar o Grêmio. É óbvio que eles têm de ganhar dinheiro, porque senão eles não construiriam estádios. Não teria como. Pessoas dizem que a OAS está ganhando muito dinheiro. Que bom! Porque senão não sai a obra. Ela é parceira, ela sabe que ficará atrelada 20 anos com o Grêmio. E o grêmio, quanto melhor time tiver e quanto maior número de títulos ganhar, melhor vai ser para a estrutura da Arena, melhor para a OAS que estará ganhando também.
Profissionais do mercado nacional dizem que o Grêmio está sendo ousado levando adiante um projeto tão moderno e diferenciado. Qual é sentimento é de fazer parte desse momento histórico?
Sinto-me orgulhoso de ser presidente nesse momento. Talvez o presidente no momento da inauguração possa se sentir mais orgulhoso ainda. Mas me sinto contente por fazer parte do nascimento da ideia Arena. Porém, o grande crédito deve ser dado ao ex-presidente Fábio Koff e ao ex-presidente Paulo Odone. Porque o doutor Fábio Koff foi o primeiro a falar nesse assunto. Que a Copa de 2014 provavelmente seria no Brasil e que seria uma grande oportunidade para o Grêmio. Ele levou essa ideia ao então presidente Paulo Odone e para o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. 
O presidente Paulo Odone tem um grande mérito porque foi corajoso ao comprar a ideia e a levar para frente. Certamente, vamos entrar para história.
Algum recado para torcida tricolor em relação à Arena?
É o projeto mais importante do Grêmio atualmente. A Arena é o futuro do Grêmio. A torcida tem que confiar nas pessoas que estão liderando esse processo, porque vai ser bom para o Grêmio. Porque futuramente todos nós estaremos em um estádio super confortável, super seguro, super moderno, torcendo pelo Grêmio da mesma maneira que torcemos hoje, mas mais confortável e mais seguro.
Claro que vai haver alguns problemas durante o caminho. Isso é que as pessoas têm de se conscientizar. Os sócios, por exemplo, que são contra a Arena, que não passam de 20, não serão prejudicados. Isso está sendo estudado e encontraremos alguma solução. Agora, eu ressalto que esses 20 que batalham contra a Arena também tornam o debate saudável, porque eles levantam, de vez em quando, um problema para prestarmos mais atenção. Eu paro e penso: será que eles não têm razão? Isso é saudável, só não gosto da forma como eles levantam as questões. Eles já querem acabar com a Arena, que a gente desista e que venhamos a ficar o resto da vida no Olímpico. E não é assim. Acho que os problemas que eles levantam são pertinentes e são uma oportunidade de melhorarmos o projeto junto com a OAS.
Por isso eu sempre digo que jamais alguém da direção tem que se pronunciar mais fortemente a favor da Arena e mandar esse pessoal ficar quieto. Eu nunca vou fazer isso. Eu jamais vou cassar a palavra do ex-presidente Hélio Dourado, porque é muito bom para o Grêmio que ele levante os problemas e que a gente examine.

Um comentário:

Maria disse...

Acho que o Pres. Duda está colocando expectativas excessivas em relação ao novo estádio.As reformas administrativas, a estabilização financeira, títulos,não são dependentes de espaços físicos.
A entrevista sugere que o Atlético Paranaense é um modelo de procedimento,assim como os clubes ingleses.Acho preocupante tudo o que foi exposto.Para mim um estádio é um meio e não um fim.Caso contrário, o Flamengo e o Corinthians não teriam as expressões que tem no cenário nacional porque não tem estádios.
Vou pesquisar os balanços do Atlético Paranaense.
Em relação aos clubes ingleses, eu li uma entrevista de um executivo do M.United, na qual ele fazia comentários sobre a necessidade de minimizaqr os custos com a manutenção do estádio.Da mesma forma este clube estava patrocinando um evento, de caráter internacional,para que fossem prospectadas novas formas de utilização dos estádios, em função de que eles não tinham uma fórmula para alcançar este fim. Alguém do Grêmio foi a este evento? É possível conseguir as diretrizes desse evento?
Agora minha preocupação aumentou depois do li.