Valeu quase tudo na festa do 36º título Gaúcho do Grêmio. Neuton comemorou em cima da trave do estádio Olímpico. Hugo levou para a entrega do troféu um caixão com as cores do Internacional “emprestado” de um torcedor. Mais tarde, ainda em clima de alegria, alguns jogadores invadiram a coletiva de Silas em trajes mínimos, provocando risos no treinador e nos jornalistas presentes.
Tamanha era alegria que a festa se prolongou pela noite em Porto Alegre e foi dividida em duas churrascarias da cidade, uma com a maioria dos jogadores, e outra em que dirigentes e comissão técnica celebraram junto aos torcedores. O motivo da exaltação fora dado por Borges ainda no campo e se espalharia em seguida pela cidade. “Ser campeão é gostoso, ainda mais em cima do maior rival.”
Em relação à campanha vencedora, o antes criticado Silas falou sobre a volta por cima e garantiu à torcida que o clube não vai se contentar com o título estadual em 2010. “Encaixar o esquema é difícil e conseguimos. Montar elenco para ser campeão é quase tão ou mais difícil. E o nosso não está pronto. Vamos em busca de reforços para conquistar o que vier pela frente”, prometeu.
“O clube armou um grupo forte. Grandes jogadores ficam na reserva. E o empresário não quer saber. Depois de três partidas, liga para o seu jogador e faz pressão, dizendo que arruma lugar para ele no Vasco, no Palmeiras, neste e naquele clube. Mas estamos sabendo administrar isso”, completou o treinador.
Ele ainda falou sobre a queda de rendimento no jogo e culpou o esforço dos dois últimos desafios, um deles exatamente no Beira-Rio, na partida em que o Tricolor venceu o rival por 2 a 0 e abriu espaço para a conquista. “O desgaste no também Maracanã pesou. Mas eu tinha jogadores que nunca foram campeões na vida. O Edilson, o Neuton, essa gente nunca tinha vestido uma faixa. O próprio Victor não tinha ganhado nada aqui. O pessoal sentiu. É normal. Os garotos do Santos sentiram a mesma coisa, tenho certeza. Mas, lá como aqui, o importante foi a campanha. O Grêmio mereceu.”
Victor, enfim campeão
Desde 2008 no Grêmio, o goleiro Victor precisou esperar até 2010 para poder comemorar seu primeiro título pelo clube tricolor. O caneco do Gauchão, que chegou após a derrota por 1 a 0 para o Inter, neste domingo, no Olímpico, era o que faltava para camisa 1 ficar de vez no coração do torcedor.
“É uma felicidade e um orgulho muito grande. Tenho uma satisfação imensa de fazer parte desse clube. Adoro o Grêmio, tenho identificação grande com o clube e era o que faltava para conquistar de vez o coração do torcedor. Espero que seja o primeiro de muitos títulos, pois o torcedor merece”, disse o goleiro, que ainda deu dicas sobre a possível renovação de contrato.
“O torcedor pode acreditar que eu tenho boas chances de ficar. A diretoria tem se esforçado para a gente chegar em um consenso, para dar continuidade. E o projeto que eles têm a meu respeito é uma coisa muito legal. As coisas estão caminhando para isto acontecer, e o lado do torcedor pesa muito para eu ficar”, encerrou.