O Grêmio à la Grêmio
seg, 01/03/10
por Lédio Carmona |
Mauricio Neves
“Um dia o Grêmio tem que perder em casa”, disse Gilmar Iser. É uma frase que pode ser tomada fora das circunstâncias da decisão, porque é o que se pensa antes de se enfrentar o Boca na Bombonera, o Athletic Bilbao na Catedral San Mamés, o Grêmio no Olímpico. Trata-se do reconhecimento de uma força impessoal, maior do que este ou aquele jogador. Ninguém tem vida tranquila contra esses times em seus redutos, mas Iser sabe que todos perdem em casa um dia. Até o Boca, o Bilbao e o Grêmio.
Para que o dia da derrota do Grêmio em casa fosse 28 de fevereiro de 2010, o Novo Hamburgo repetiu o time que eliminou o Inter, abrindo mão do retorno de Rodrigo Mendes. Apostou na sua capacidade de resistência, virtude fundamental para eliminar dois favoritos nas fases anteriores. Segurar o Grêmio enquanto desse, a aposta de Iser, para depois procurar pela brecha.
Mas não deu para segurar o Grêmio muito tempo. Primeiro foi Douglas pela direita, ótima jogada e centro preciso para Borges marcar. Estava impedido o artilheiro tricolor, e o gol foi anulado. Logo depois Douglas mandou de longe, sem perigo, mas como um aviso: o Grêmio já era melhor no jogo. O domínio virou escore aos dezenove
minutos, quando Hugo derivava do meio para a direita e sofreu uma falta dura na intermediária. Duro também foi o chute de Ferdinando, uma bola rápida que pesou no meio do caminho e caiu no canto esquerdo de Juninho.
O Grêmio se retraiu para ganhar espaço de manobra. Silas já fazia isso com o Avaí, mas antes que pudesse se beneficiar de um contra-ataque, perdeu Borges contundido e teve William em campo. Foi o que o treinador carregou para o vestiário no intervalo: a vantagem de 1×0 e a perda de seu artilheiro, a referência mais segura do Grêmio 2010.
Iser voltou para o segundo tempo com Rodrigo Mendes no time, jogador que conhece bem os caminhos do estádio tricolor. Foi ele, primeiro com uma cabeçada e depois com um chute que desviou e quase enganou Victor, que deixou claro que o Nóia venderia caro a Taça Fernando Carvalho, mais por insistência do que por eficiência.
O Grêmio não conseguiu encaixar a bola do gol do alívio, Silas foi vaiado em uma
substituição e o jogo se arrastou em lenta agonia até o final. O próprio Fábio Koff disse, já na entrega da taça, que o Grêmio não jogou bem. Disse mais: “Não jogamos bem, mas somos os campeões”.
Talvez Silas tenha mais problemas do que suporte o elenco tricolor. São as contusões de Souza, Lúcio, Leandro e Borges. Não gostou das vaias, reclamou do rigor da imprensa e constatou as dificuldades de trabalhar no Rio Grande do Sul. “Quando a gente sai daqui, está pronto para treinar a seleção brasileira”, disse aos repórteres. Ainda assim, a massa tricolor comemora país afora. Comemora porque a força do Grêmio é impessoal, porque ainda não chegou a hora de perder em casa e porque o domingo rendeu um belo troféu e uma vaga na final.
E não é a cara do Grêmio, vencer quando qualquer outro perderia?
É. E é por isso que a torcida comemora. Porque o Grêmio é o Grêmio e isso basta para fazê-lo vitorioso.
“Um dia o Grêmio tem que perder em casa”, disse Gilmar Iser. É uma frase que pode ser tomada fora das circunstâncias da decisão, porque é o que se pensa antes de se enfrentar o Boca na Bombonera, o Athletic Bilbao na Catedral San Mamés, o Grêmio no Olímpico. Trata-se do reconhecimento de uma força impessoal, maior do que este ou aquele jogador. Ninguém tem vida tranquila contra esses times em seus redutos, mas Iser sabe que todos perdem em casa um dia. Até o Boca, o Bilbao e o Grêmio.
Para que o dia da derrota do Grêmio em casa fosse 28 de fevereiro de 2010, o Novo Hamburgo repetiu o time que eliminou o Inter, abrindo mão do retorno de Rodrigo Mendes. Apostou na sua capacidade de resistência, virtude fundamental para eliminar dois favoritos nas fases anteriores. Segurar o Grêmio enquanto desse, a aposta de Iser, para depois procurar pela brecha.
Mas não deu para segurar o Grêmio muito tempo. Primeiro foi Douglas pela direita, ótima jogada e centro preciso para Borges marcar. Estava impedido o artilheiro tricolor, e o gol foi anulado. Logo depois Douglas mandou de longe, sem perigo, mas como um aviso: o Grêmio já era melhor no jogo. O domínio virou escore aos dezenove
minutos, quando Hugo derivava do meio para a direita e sofreu uma falta dura na intermediária. Duro também foi o chute de Ferdinando, uma bola rápida que pesou no meio do caminho e caiu no canto esquerdo de Juninho.
O Grêmio se retraiu para ganhar espaço de manobra. Silas já fazia isso com o Avaí, mas antes que pudesse se beneficiar de um contra-ataque, perdeu Borges contundido e teve William em campo. Foi o que o treinador carregou para o vestiário no intervalo: a vantagem de 1×0 e a perda de seu artilheiro, a referência mais segura do Grêmio 2010.
Iser voltou para o segundo tempo com Rodrigo Mendes no time, jogador que conhece bem os caminhos do estádio tricolor. Foi ele, primeiro com uma cabeçada e depois com um chute que desviou e quase enganou Victor, que deixou claro que o Nóia venderia caro a Taça Fernando Carvalho, mais por insistência do que por eficiência.
O Grêmio não conseguiu encaixar a bola do gol do alívio, Silas foi vaiado em uma
substituição e o jogo se arrastou em lenta agonia até o final. O próprio Fábio Koff disse, já na entrega da taça, que o Grêmio não jogou bem. Disse mais: “Não jogamos bem, mas somos os campeões”.
Talvez Silas tenha mais problemas do que suporte o elenco tricolor. São as contusões de Souza, Lúcio, Leandro e Borges. Não gostou das vaias, reclamou do rigor da imprensa e constatou as dificuldades de trabalhar no Rio Grande do Sul. “Quando a gente sai daqui, está pronto para treinar a seleção brasileira”, disse aos repórteres. Ainda assim, a massa tricolor comemora país afora. Comemora porque a força do Grêmio é impessoal, porque ainda não chegou a hora de perder em casa e porque o domingo rendeu um belo troféu e uma vaga na final.
E não é a cara do Grêmio, vencer quando qualquer outro perderia?
É. E é por isso que a torcida comemora. Porque o Grêmio é o Grêmio e isso basta para fazê-lo vitorioso.
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