quarta-feira, julho 08, 2009

A truculência da BM

Terça-feira, 07 de julho de 2009

BM ainda não fez seu exame de consciência. Fará?

A Brigada Militar bateu em quem respirava em volta do Olímpico quinta-feira passada. Bateu e não quis nem saber. Bateu forte.

Não olhou para os lados.

Viu câmaras ligadas. Não se importou.

Não ligou para o dia seguinte, não pediu desculpas, não fez exame de consciência. Desdenhou a sociedade, que é a sua razão de ser.

O governo, atolado em problemas de corrupção, não quis nem saber como a sua força policial se comportou no Olímpico em dia de decisão de semifinal de Taça Libertadores. O governo local perdeu o rumo.

Não está nem aí. Precisaria, no mínimo, chamar seus comandantes e pedir explicações. O Estado é nosso, mas parece contra. Nos dribla e nos expulsa. Manda a BM mostrar que estádio de futebol não é local de família.

A BM bateu em gaúchos, torcedores de futebol, gremistas, sócios, torcedores comuns, homens, mulheres e adolescentes. Vai agir assim de novo em breve se ninguém perguntar o porquê de tudo. Por que?

Corre o risco de bater com a mesa força nos visitantes que se aventurarem em Porto Alegre em cinco rápidos anos. Vai bater porque ninguém deu muita atenção aos problemas do Olímpico. Parece que os incidentes foram algo normal, alguma coisa como um gol.

Imagina se a nossa BM encontrar 30 mil argentinos/20 mil uruguaios pela frente em dia de jogo/decisão de Copa do Mundo. Farão o mesmo? Farão um fiasco mundial?

Chamarão os cavalos, os cães e os homens levantarão suas espadas?

Ou em cinco anos será possível oferecer às nossas forças um treinamento adequado para o trabalho em torno dos nosso velhos campos de futebol, que ainda misturam torcedor com entrada e sem num mesmo e mínimo espaço?

Evidentemente que eu não sou contra a Brigada Militar. Eu acredito na BM. Devo acreditar.

Só não posso ficar mudo quando ela passa do limite e acha que está tudo bem, tudo ok. Não, né?

o texto é de Zini Pires, publicado em zh.com


Nenhum comentário: