FERNANDO PESSOA ( morto em Lisboa, aos 47 anos em 30/11/1935) foi, provavelmente, o maior poeta da língua portuguesa.
Criou os heterônimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis e, ainda o semi-heterônimo Bernardo Soares.
Ele escrevia e publicava no próprio nome e no desses personagens criados. Mais até do que simples pseudônimos, recurso válido, legal e consagrado.
Para relembrar, foi Pessoa o autor dos conhecidos:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
(...)
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
(...)
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
(...)
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Álvaro de CamposPOEMA EM LINHA RETA
2 comentários:
Tudo vale a pena se a alma não é pequena
Que bom que a Feira do Livro anda contagiando as pessoas.
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