domingo, novembro 12, 2006

FAÇA-SE JUSTIÇA!

O depoimento abaixo, do eminente ALEXANDRE AGUIAR, merece ser lido na íntegra e meditado. Contribuições quanto aos fatos poderão ser postadas como comentários. Acima de tudo, é indispensável repor a verdade dos fatos e fazer Justiça!

O jornal Zero Hora deste domingo publica uma reportagem de quatro páginas acerca de episódios de violência das torcidas Geral do Grêmio e Popular do Internacional. No que concerne ao material assinado pelo jornalista algumas considerações são indispensáveis:

(1) A matéria cita dois integrantes da Geral do Grêmio que seriam suas lideranças informais e apresenta antecedentes policiais destes dois torcedores. Um deles é identificado como Paulo Ricardo Pereira Saldanha (Paulão), 46 anos, sobre quem o jornal afirma: "Paulão agrediu com socos e taquaradas um brigadiano em 2003".

(2) Tenho o dever de rechaçar com veemência a afirmação feita, certamente porque o jornalista não ouviu o envolvido a respeito da acusação que traz, como sugere o bom jornalismo. O referido episódio, de fato, deu-se em partida do Campeonato Brasileiro no ano de 2003. No caso, tratava-se de um jogo contra o Clube de Regatas Vasco da Gama. Pouco antes do término da partida eclodiu um confronto entre as duas torcidas adversárias na arquibancada ao fundo do gol, correspondendo à Avenida Carlos Barbosa. Estava a não mais que cinco metros do acusado de agredir o policial militar. Quando se iniciou o tumulto, diga-se generalizado, o torcedor acusado correu na direção dos torcedores e tentou afastá-los do tumulto que envolvia o uso de taquaras de mastros de bandeiras. Em nenhum momento houve qualquer agressão por parte de Paulo Ricardo Pereira Saldanha a qualquer policial militar. Muito pelo contrário, o referido torcedor acabou detido pela Brigada Militar porque, em meio à confusão generalizada e fora de controle, os policiais passaram a prender torcedores sem qualquer critério.

(3) Como conhecia o torcedor acusado de outros eventos do Grêmio e diante da injustiça da sua prisão, busquei informações junto ao posto da Brigada Militar no Estádio Olímpico. O acusado pelo jornal estava trancado numa cela - aliás instalada em uma propriedade privada que não é delegacia nem tampouco estabelecimento prisional -em condições deploráveis. O meu temor, ante a acusação de agressão a policiais, é que o torcedor sofresse qualquer violência como represália.

(4) Acompanhei o torcedor até o Departamento Médico Legal, onde foi realizado o exame de corpo de delito, tendo sido liberado logo após. Na ocasião, recebeu cópia do termo circunstanciado - ocorrência policial que dá origem a processo criminal por ofensa de menor potencial ofensivo.

(5) No Poder Judiciário, acompanhei o torcedor na audiência perante o Juizado Especial Criminal, ocasião em que houve a transação e, assim, não se registrou qualquer desabono criminal sob o Poder Judiciário para o acusado pelo jornal.

(6) O grave é que o jornal acusa uma pessoa de uma prática delituosa grave de forma peremptória: “agrediu um policial militar". Baseia-se tão somente na ocorrência policial em que a declaração é unilateral e não há contraditório. Toma um antecedente policial como se fosse um antecedente criminal. Fosse antecedente policial atestado de culpa, não haveria porque existir Judiciário. Repito que sou testemunha visual e fática que tal agressão jamais ocorreu. Ademais, é de se lamentar que alguém tenha o seu nome exposto no jornal sob a acusação de um crime, quando a Lei Fundamental (Constituição Federal) estabelece como direito fundamental do cidadão que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de decisão judicial. Não houve decisão condenatória transitada em julgado em nenhum momento, logo o jornal não poderia tomar como fato ocorrido o que (1) na realidade fática não existiu nem (2) o que em nenhum momento foi comprovado pelo jornal. O único crime praticado foi o da publicação contra o a honra do acusado.

(7) Tivesse o torcedor acusado pelo jornal de fato agredido o policial militar e jamais teria dedicado o meu tempo a defendê-lo. Agressão a qualquer pessoa, quanto mais à autoridade constituída, não pode ser tolerada. Se as autoridades cometem abusos, existem caminhos legais para o seu sancionamento que não a imediata reação que apenas alimenta a violência.

(8) Todo e qualquer episódio de violência deve ser apurado, sancionado pelas autoridades e rechaçado pela sociedade. Entretanto, o que vem se observando é a criação de um sentimento de insegurança em relação aos estádios de futebol que não é verdadeiro. Clássicos Gre-Nal, historicamente, foram caracterizados como jogos tensos, violentos e de risco. Jamais levei familiares aos clássicos justamente por estar ciente do risco. Contudo, o alegado sentimento de insegurança em relação às partidas do Grêmio contra outros adversários é falso. O número de incidentes envolvendo brigas de torcedores no Estádio Olímpico é mais elevado no setor de cadeiras cativas do que entre integrantes da Geral do Grêmio. O sentimento, certamente, da maioria dos torcedores gremistas que costumam frequentar o Estádio Olímpico, é de tranqüilidade. Clássico Gre-Nais não podem ser utilizado como exemplos para se estabelecer a regra geral.

(9) Sou torcedor do Grêmio, conselheiro do clube, freqüento o estádio há mais de vinte e cinco anos, trabalhei até recentemente em veículo da RBS, sou conhecedor dos estritos manuais éticos da empresa, reconheço a qualidade do trabalho empreendido pelas redações e o esforço para se respeitar as exigências éticas, mas no caso deste torcedor, em particular, o jornal foi de uma extrema infelicidade. Patrocinou a acusação de um crime contra uma pessoa sem que (1) ela tenha praticado o fato delituoso e (2) tenha sido condenada pela Justiça pela acusação.

(10) Estou identificado plenamente em meu perfil e mantenho as afirmações - que não atentam nem à honra do jornal nem tampouco do jornalista - que fiz exatamente para devolver a verdade. Somente a verdade.

2 comentários:

Guga Türck disse...

Imagina o Paulão, depois de um jogo, com uma taquara na mão!!!

Ahahahaahahahha!!!!

Impresna vermelha...

(Band e Guaíaba = Rádio inter I e Rádio inter II)

Anônimo disse...

ESTOU SURPRESÍSSSSSSSSIMO COM A FALTA DE SOLIDARIEDADE AO PAULÃO. PÔ GALERA, QUAL É QUE É?