Foi amplamente noticiado no dia de hoje a aprovação, por parte do Conselho Deliberativo do clube , da proposta de compor uma parceria com um grupo estrangeiro para construção de um novo estádio. Para surpresa da nação gremista e de seu significativo quadro social, completamente desconsiderados neste debate, bastou apenas uma reunião dos conselheiros para encaminhar uma proposição desta repercussão e magnitude. O gigante de concreto e glórias que é o Olímpico ser posto a abaixo, na lógica inexplicável deste organismo, merece menos tempo para reflexão, discussão e encaminhamentos do que quantas estrelas ostentar em nossa camisa. Sim, pois tal idéia (a da quantidade de estrelas), levada ao Conselho, teve a deliberação postergada para ser amadurecida. Já a demolição do Monumental da Azenha, e é exatamente disto que versa a matéria (a dúvida seria reerguer outro no mesmo local, ou segundo a mídia, perto do Aeroporto) não mereceu a mesma ponderação. Mesmo com sua imensa relevância. Mais grave e lamentável é a divulgação de que tal importante assunto era tratado "em sigilo" desde o início do ano (e, se não é verdade, esperamos um desmentido imediato), ou seja, a margem dos torcedores do clube. Por qual razão houve tanta pressa ? Por que motivo este CD que deve representar o conjunto dos associados (que na sua esmagadora maioria nada sabiam) não se dignou a dar um prazo razoável para uma definição com mais elementos e segurança , divulgando amplamente o que está sendo proposto ao GRÊMIO ? Como é que se apresenta uma proposta numa noite e no dia seguinte, a tarde, os executivos desta parceria já estão disponíveis para assinar os termos ? Já estavam pré-agendados ? O encontro da noite era uma mera formalidade (pois, a julgar pela velocidade, a maioria do conselheiros pareciam conhecer a matéria). Por que motivo sequer os últimos informativos oficias ("newsletter") online, "Antena Tricolor", fizeram alusão a proposta, uma mísera linha que fosse ? Como se pode dizer que o Olímpico não pode ser modernizado, aproveitando-se a sua própria estrutura ? Qualquer dúvida é só visitar o co-irmão e ver os procedimentos de modernização do campo deles (que até são de gosto discutível, mas que vamos sempre desmerecer devido a rivalidade) e que prevê, inclusive, uma cobertura para os próximos anos. Sem falar que, quando cogitaram derrubar o Beira-Rio (e achamos graça), houve uma compreensível insurgência na Padre Cacique e não foi aceito por "o pé no acelerador" como ocorreu aqui ! Aliás, rejeitaram e optaram, pelo visto, por algo mais produtivo e dentro dos objetivos que almejavam. Dizer que o estádio deles é "diferente" (o que é até uma arrogância, pois pressupõe ser superior ao nosso) do Olímpico e que não teríamos como fazer obras de melhoria, como escutei ontem numa rádio, é dose ! Será que com investimentos e melhorias na nossa casa, destes ou de outros interessados, não nos adequaríamos aos padrões da FIFA ? Quem deu este parecer técnico ? Qual engenheiro ? Qual arquiteto ? Se alguém diz que custaria mais caro reformar do que construir: quantos levantamentos e orçamentos possuímos que comprovem esta tese ? Quantas firmas e empresas foram consultadas ? É tudo, portanto, muito rápido e sem a clareza e prudência exigidas. A polêmica está dada e vai permanecer. Todos os gremistas, não tenho dúvidas, querem um estádio moderno, que seja rentável e possa ser aproveitado para o futebol, o entretenimento e o lazer. Contudo, respeitando opiniões divergentes, não me convenço que o atual Olímpico e todo seu complexo (temos um campo suplementar viável, quem sabe, para uma edificação que comporte estacionamento, um centro de compras, etc ... além do que possa ser acrescentado no interior do estádio e na área do ginásio), não possam ser aproveitados. Mas, o que aborrece mesmo, é este tipo de método para levar adiante às coisas do GRÊMIO. Triste é ver o "ClicRBS" fazendo consultas, após oficializarem o contrato com os holandeses, para saber a opinião dos torcedores gremistas (e ali deve ter bastante colorado votando, normal) e não o próprio GRÊMIO (com antecedência) numa espécie de plebiscito ou algo do gênero. Aposto que seria bastante enriquecedor e que outras visões e possibilidades poderiam se apresentar. Temos muito o que avançar, especialmente no tocante a democracia ...
Jorge Bettiol. – Sócio Gremista
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