terça-feira, abril 08, 2008

Um raro momento de lucidez (honestidadade) da crônica esportiva de Porto Alegre

Quem são os gremistas que vaiaram jogadores, técnicos, direção e mais tudo que se movia no Estádio Olímpico ainda no primeiro tempo de Grêmio e Juventude, domingo? Torcedores profissionais? Como dizia Nelson Rodrigues. Torcedores de final de semana? Como dizem alguns comentaristas. Vaiar durante os jogos e em treinos é quase um crime. Vaiar depois de 90 minutos de futebol pavoroso, como o de domingo passado, é um dever. A torcida perdeu o tempo da partida, graças ao efeito Celso Roth, e começou a vaiar do tempo permitido. Azar do Grêmio. Com vaia ou com MUITA vaia, Celso Roth afundou na areia movediça de uma desclassificação nas quartas-de-final do Gauchão e já não existe socorro capaz de trazê-lo de volta á tona outra vez. Roth alegou que o seu aproveitamento é bom. É uma droga. Ninguém com bom aproveitamento despenca em meio a uma competição. Só os despreparados. Roth pisou no Olímpico com data de validade desenhada. Eu sabia. Você estava cansado de saber. Todos conheciam o técnico e o seu trabalho. Raros se levantaram em nome do treinador. Roth está com os dias contados. Resta saber que será o seu substituto depois do jogo de quarta-feira. Menos de 50 dias depois ninguém segura mais Roth no Olímpico, nem o presidente Paulo Odone, nem seu assessor para assuntos de futebol Paulo Pelaipe. Aliás, Pelaipe tem sido atacado pela derrota. Ele merece o ataque porque perdeu, assim como todos que perdem no futebol. Mas não é uma derrota que vai esconder as qualidades do dirigente. Pelaipe é competente, conhece futebol e seus jogadores, já mostrou que sabe onde pisa, mas não acerta sempre. Não é uma defesa. É uma constatação. Pelaipe não deve ser o alvo preferencial do momento. O problema gremista é anterior a Roth, Odone, Pelaipe, Segunda Divisão. Foi o seu infrutífero casamento com a ISL, promovida por dirigentes que não sabiam o que estavam fazendo por absoluta qualificação, ao lado de aproveitadores que sabiam muito bem o que estava fazendo. O Grêmio ainda paga o elevadíssimo preço de um erro histórico, problema que ainda deve afetar outras gerações de gremistas. Desestruturado, individado, o Grêmio precisa fazer um time novo a cada semestre porque não tem dinheiro para bancar contratos de três anos com os jogadores – como o vizinho do lado que mantém parte do time desde 2005. A cada seis meses, o Grêmio recomeça, vende e sofre com recomeços sucessivos. Quando consegue fazer um time razoável, como na Libertadores de 2007, a equipe se desintegra em menos de meio ano. Não consegue manter a base, muito menos reforçar esta mesma base. Não faz um time, não deixa jogar, não permite que o torcedor decore o time titular. Roth foi uma escolha tremendamente equivocada, chamado no vácuo da demissão de Vagner Mancini. Faz muito tempo que Roth não dá certo em lugar nenhum. Não deu no Olímpico. O Grêmio procura um terceiro técnico em menos de três meses de futebol. (Post de Luiz Zini Pires em seu blog na Zero Hora Online)

3 comentários:

Anônimo disse...

Não me consta que o Pires Zini seja especialista em Grêmio. Fora os preconceitos está abordando bem as causas mais profundas (que não são o treinador).
O melhor de tudo foi (é) mesmo o título da matéria. Efetivamente, uma parte importante da crônica esportiva de Porto Alegre está comprometida com certos dirigentes. Por algum motivo misterioso estão sempre defendendo tudo desses dirigentes façam a pior besteira do mundo. Até quando praticam crimes.

Anônimo disse...

Falar de aproveitadores quando se tem Odone no comando????

Odone é o maior aproveitador no Grêmio hoje. faz campanha política de graça nas nossas custas, enquanto só quer saber da tal Arena e caga e anda para o futebol...
Quando a coisa estiver boa novamente ele aparece na mídia ou desfilando na frente da torcida...

Anônimo disse...

Prezado Cláudio

Realmente, é uma tímida tentativa do jornalista,no sentido de melhor situar e informar os leitores,sobre as realidades que extrapolam,o que acontece fora das quatro linhas,mas que também acabam entrando em campo.

O Prof.Dr. Idelbar Avelar que atua profissionalmente nos EUA,faz referências à subserviencia da imprensa esportiva brasileira.Salienta que com honrosas exceções o radio,a televisão e as revistas misturam achismo,lugares comuns,troca de favores e conluios com a cartolagem corrupta.

O objetivo dos seus comentários foi referenciar o inquérito no 1541,instauarado pela Polícia Federal para investigar a lavagem de dinheiro,a sonegação fiscal e evasão de divisas no Cruzeiro e a relação com os irmãos Perrela.Este fato não foi noticiado pela imprensa mineira.Quem deu a informação foi a revista Placar.
Fonte:www.idelberavelar.com publicado em 02/04/2008-03:54