O raio caiu duas vezes na mesma cabeça. Quarta passada, o Grêmio perdeu para um time da Série C (Atlético-GO, 2 a 1). Domingo levou 3 do Juventude da Série B. Quase fora da Copa do Brasil, totalmente afastado do Gauchão, o Grêmio está vivendo os seus piores dias desde 2004, o ano da queda para a Segunda Divisão, o ano que todos os azuis desejam esquecer. Foram dois fiascos, dois vexames, duas derrotas inesperadas contra equipes de divisões inferiores. O que foi Bi no ano passado, não será Tri em 2008. O título regional se abre ao Inter, a não ser que o Juventude seja superior ao Colorado como normalmente tem sido nos últimos tempos. A derrota tricolor não começou no primeiro apito do correto Márcio Coruja. Nasceu antes, foi gerada no dia da assinatura do contrato de Celso Roth. Em quase duas décadas de carreira, Roth jamais exibiu qualificação necessária para trabalhar em clubes de primeira linha. Tanto que não há um só título de projeção nacional na sua vida, do Norte ao Sul. Nunca organizou um time exemplar, uma equipe que tenha feito história, habitado a memória seletiva do torcedor. Quando foi buscar Mano Menezes, o Grêmio fez uma aposta no futuro. Foi atrás do novo. Deu certo. Com Roth, o Grêmio buscou o passado que nunca deu certo. O desastre era eminente. Questão de tempo. Roth usou na decisão um time absurdo, lotado de improvisações que nunca haviam jogado junto, superpovoando o meio-campo. Não deu certo. Nem poderia dar. O Ju armou contra-ataques mortais e destruiu o confuso e irracional sistema de marcação do treinador. O empate favorecia ao Grêmio, mas nem assim Roth conseguiu pensar o jogo de uma forma mais inteligente. Oferecer o ataque ao inimigo e aguardar o contra-ataque, já que era o Ju de Zetti que dependia desesperadamente da vitória. Junto com Roth, que não deu sua colaboração ao coletivo, as individualidades gremistas estiveram num dia medíocre, desastroso e ainda abusaram da violência. Tanto que três foram expulsos, algo inaceitável mesmo em amistosos, imagina numa decisão. O 3 a 2 fica na história do Grêmio, do Olímpico, do gremista, de quem gosta de futebol. Foi surpreendente? Não. Quem contrata Celso Roth pode esperar tudo. Até mesmo acabar com esta história de que o Juventude é filial do Grêmio. Não é, né? Com cerca de 50 dias no cargo, Roth reapresentou sua carteira de trabalho aos gremistas. Foi vaiado. Natural. Meio semestre foi para o ralo. O Atlético-GO, da Série C, pode liquidar o que resta. (Luiz Zini Pires em seu blog no Zero Hora.com)
Nota do Blog: O "eminente" (e não iminente como deveria ser) consta do texto original.
2 comentários:
Cláudio,
Dá uma olhadinha lá no APITO DO BLACKÃO sobre o que eu escrevi sobre o jogo, sobre Pelaipe, sobre a Arena e sobre o que nos espera no Brasileirão em meio a toda essa bagunça...
[]'s,
Hélio
Não sou contra o Celso Roth. Até o acho um bom técnico. Eu disse bom, não ótimo. Acho, por exemplo, que em 2004 ele poderia ter sido chamado; poderia, possivelmente ter segurado o time. Mas há casos e casos.
Mas há casos em que, embora o problema não seja crônico, ele é agudo. E agora este é o caso.
A escalação do time para o jogo do último domingo, 06 abril, é no mínimo, esdrúxula. Quatro ou cinco "invenções" em quartas de final, com garotos! E muitas foram "fritados" nessa experiência estapafúrdia. Além disso, ele "espera que a derrota motive os jogadores", como se fora deles a responsabilidade.
Está na hora de mexer!
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