O ambiente político gremista prepara-se para entrar novamente em ebulição, menos de um mês após a eleição que decidiu a nova composição do Conselho Deliberativo. O processo eleitoral agora definirá a mesa do Conselho, incluindo os almejados cargos de Presidente e Vice-Presidente que garantem vaga no Conselho Deliverativo (esvaziado nos últimos anos). Mauro Knijnik, atual presidente, anunciou sua disposição de não buscar um segundo mandato. Mauro está longe de ser uma unanimidade entre os seus pares, mas qualquer observador mais atento e com visão histórica saberar reconhecer na sua excelente gestão os méritos de uma condução serena e que promoveu uma revolução institucional, cumprindo com todas as suas promessas de campanha sem exceção. O ideal e o melhor para o Grêmio seria a recondução de Mauro Knijnik, mas ante a sua recusa em permanecer no cargo surgem vários nomes na imprensa.
O candidato natural para a sucessão de Mauro seria Adalberto Preis (foto acima), Vice-Presidente do Conselho Deliberativo, mas Preis é político experiente e saberá identificar o seu nível de apoio antes de se aventurar em uma nova disputa. Derrotado por Odone na eleição presidencial para o Conselho de Administração de dezembro de 2004, Adalberto Preis jamais fez oposição a Odone. Muito pelo contrário, teve o seu projeto do Planejamento Estratégico mantido por Odone a ponto do atual presidente gremista ter declarado que entregava as chaves do clube se as medidas modernizadoras preconizadas pelo Plano Estratégico não fossem implantadas e ratificadas pelo Conselho Deliberativo. Foi este ambiente político nos anos de 2005 e 2006 que permitiu que Preis e Odone estivessem juntos na Chapa 1 na eleição do mês passado, reforçando uma vez mais a idéia que os adversários de ontem são os aliados do presente ou do futuro em se tratando de Grêmio. Sob este ponto de vista, Odone teria uma dívida histórica com Preis. Governou sem oposição à medida que o seu adversário de urnas silenciou sobre os erros e apoiou nos momentos críticos.
O grande nó político está no fato dos homens mais próximos de Odone terem resistência ao nome de Preis, até mesmo porque muitos pertenceram à gestão Guerreiro que foi combatida pelo atual Vice-Presidente do Conselho. Em outros grupos que hoje são oposição a Odone e que até pouco tempo eram aliados de Adalberto Preis, o seu nome teria apenas apoios isolados de pessoas que trabalharam ou ao seu lado ou comungam das suas idéias de gestão. O apoio nestes setores poderia ser maior por relações históricas, mas a eleição de setembro fragmentou alianças antigas nos mais diversos quadrantes.
Finalmente, os outros nomes sugeridos até o momento dificilmente conduziriam o Conselho Deliberativo com a visão e a capacidade de decidir de Mauro Knijnik por terem se afastado da rotina institucional gremista nos últimos anos, mas tais indicações não passam de especulação. Neste momento Preis é o nome mais capacitado ao cargo de Presidente, mas outros nomes podem surgir e mudar as bases de apoio das candidaturas. Vencedor dos últimos dois pleitos no Grêmio, Paulo Odone será o nome decisivo do processo. Quem contar com o seu apoio real deve alcançar o cargo. Mas quem vai apoiar quem é impossível prever antes de se saber mesmo quem vai concorrer. Dias agitados aguardam a política gremista. Dívidas históricas serão pagas ou haverá calote político ?
Um comentário:
Ao que os meus amigos informados comentam é que nesse planejamento toda a situação do Grêmio, dívidas, época do surgimento da dívida, etc. etc. enfim o buraco do Grêmio ficou bem claro. Por isso, a bronca dos comandados de Guerreiro com o Dr. Preiss.
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