(...)
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sábado, janeiro 19, 2008
Vídeo da campanha contra a violência no trânsito: vale a pena ver de novo
Um comentário:
Anônimo
disse...
O macabro jogo da RBS
A empresa de mídia corporativa e conservadora RBS de Porto Alegre apostou um jogo com a morte. E perdeu. Um jogo faustiano perigoso, onde o prêmio seria mais prestígio social de superfície e mais humanitarismo postiço. Foi derrotada.
Semanas atrás, o grupo RBS lançou uma campanha institucional contra a violência no trânsito (leia-se violência do automóvel) com o rótulo "Isso tem que ter fim" (comentamos esse tema dias atrás, ver abaixo). Exigiu autoritariamente que todos os seus celetistas vestissem uma camiseta com os dizeres no peito e os estampou no seu principal diário, o jornal José Agá. Constrangido, o independente Luís Fernando Veríssimo saiu com cara de gato a cabresto.
Se arrependimento matasse, a sede da RBS na avenida Ipiranga seria um campo santo silencioso e reverente. Embarcaram, certamente, na conversa fácil e vazia de algum publicitário genial (plenonasmo, os publicitários sempre são "geniais"!) munido de dados seriados e curvas coloridas (que eles insistem em chamar de "estatística") para provar que este ano de 2007 haveria uma queda significativa de acidentes de trânsito e que a RBS poderia surfar essa onda positiva, já que os saldos anuais vinham de fato caindo lenta, mas constantemente. É simples, fácil, não requer prática nem habilidade, qualquer criança brinca, todo o adulto se diverte... só que o gênio esqueceu de dizer que o game era contra a morte. Um xadrez com a morte, dos outros. Resultado: morte 35, RBS zero. Nunca tantas vidas foram engolidas pelo automóvel, em tão poucos dias de feriados. O próprio editorial de José Agá admite a derrota acachapante.
Quando do lançamento da campanha "Isso tem que ter fim", a RBS exaltou a opinião de vários especialistas (que eles cultivam aos punhados), todos foram unânimes na "tagarelice" (Heidegger) acerca do tema. Um deles, chegou ao cúmulo de reclamar uma "revolução cultural" para superar o que chamava de "tragédia do trânsito". Pura tagarelice heideggeriana, blá-blá-blá irresponsável e narcísico.
E agora, o que fará a RBS? Nada, a não ser seguir com sua providencial cara-de-pau, fazendo olho branco para a realidade, rezando para que não fique consagrada como empresa pé-frio, e apostando na categoria de leitores tipo Homer Simpson de bombachas. Aliás, estes agora estão sendo estimulados mesmo a mandar fotografias de seus pequenos mascotes e/ou de seu automóvel em situações engraçadinhas e pitorescas.
Sem dúvida, chegamos ao ponto mais raso do que deve ser o papel social dos meios de comunicação em nossos dias. Blog Diário Gauche
Um comentário:
O macabro jogo da RBS
A empresa de mídia corporativa e conservadora RBS de Porto Alegre apostou um jogo com a morte. E perdeu. Um jogo faustiano perigoso, onde o prêmio seria mais prestígio social de superfície e mais humanitarismo postiço. Foi derrotada.
Semanas atrás, o grupo RBS lançou uma campanha institucional contra a violência no trânsito (leia-se violência do automóvel) com o rótulo "Isso tem que ter fim" (comentamos esse tema dias atrás, ver abaixo). Exigiu autoritariamente que todos os seus celetistas vestissem uma camiseta com os dizeres no peito e os estampou no seu principal diário, o jornal José Agá. Constrangido, o independente Luís Fernando Veríssimo saiu com cara de gato a cabresto.
Se arrependimento matasse, a sede da RBS na avenida Ipiranga seria um campo santo silencioso e reverente. Embarcaram, certamente, na conversa fácil e vazia de algum publicitário genial (plenonasmo, os publicitários sempre são "geniais"!) munido de dados seriados e curvas coloridas (que eles insistem em chamar de "estatística") para provar que este ano de 2007 haveria uma queda significativa de acidentes de trânsito e que a RBS poderia surfar essa onda positiva, já que os saldos anuais vinham de fato caindo lenta, mas constantemente. É simples, fácil, não requer prática nem habilidade, qualquer criança brinca, todo o adulto se diverte... só que o gênio esqueceu de dizer que o game era contra a morte. Um xadrez com a morte, dos outros. Resultado: morte 35, RBS zero. Nunca tantas vidas foram engolidas pelo automóvel, em tão poucos dias de feriados. O próprio editorial de José Agá admite a derrota acachapante.
Quando do lançamento da campanha "Isso tem que ter fim", a RBS exaltou a opinião de vários especialistas (que eles cultivam aos punhados), todos foram unânimes na "tagarelice" (Heidegger) acerca do tema. Um deles, chegou ao cúmulo de reclamar uma "revolução cultural" para superar o que chamava de "tragédia do trânsito". Pura tagarelice heideggeriana, blá-blá-blá irresponsável e narcísico.
E agora, o que fará a RBS? Nada, a não ser seguir com sua providencial cara-de-pau, fazendo olho branco para a realidade, rezando para que não fique consagrada como empresa pé-frio, e apostando na categoria de leitores tipo Homer Simpson de bombachas. Aliás, estes agora estão sendo estimulados mesmo a mandar fotografias de seus pequenos mascotes e/ou de seu automóvel em situações engraçadinhas e pitorescas.
Sem dúvida, chegamos ao ponto mais raso do que deve ser o papel social dos meios de comunicação em nossos dias.
Blog Diário Gauche
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