(...)
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sábado, janeiro 19, 2008
Contra a violência no trânsito: homem grude
Um comentário:
Anônimo
disse...
"Isso tem que ter fim"
Ontem, quando vi essa frase nos veículos da RBS, pensei que eles estavam numa campanha de oposição para derrubar a governadora Yedinha. Segundos depois, me dei conta que se trata apenas de uma campanha contra a violência no trânsito. Qualquer movimento contra a violência do automóvel é altamente meritório e deve ser aplaudido. Mas partindo do grupo RBS (que apoiou o golpe de 64) é preciso que fiquemos com o pé atrás.
Neste caso, é uma campanha de fachada, uma campanha institucional que visa dar contornos humanitários ao business empresarial da mídia corporativa. Os mídias no mundo todo periodicamente fazem tais campanhas com a finalidade de aproximá-los dos seus leitores e simpatizantes. Mera questão de imagem, de aparência pública formal. Como eles passam o tempo inteiro apregoando as excelências da civilização do automóvel, exaltando de todas as formas - direta ou indiretamente - um tipo de sociedade moldada plasticamente para que o automóvel seja o feitiço central do nosso tempo, por vezes é necessário distensionar a corda e passar algumas horas lembrando das perdas que o automóvel pode causar. É o morde-assopra da mídia corporativa, que tem na indústria automobilística uma de suas principais fontes de receita. E os anúncios da indústria automoveira são verdadeiras rapsódias in blue de elogio aos valores mais fundamente atávicos e primevos do homem (como macho): velocidade, força, individualismo, convite à projeção das frustrações em objetos e extensões fetichizadas (a máquina), disputa narcísica, darwinismo social, rebaixamento objetificado da mulher, etc.
A violência no trânsito é a violência do automóvel (isso eles não dizem!), portanto, não pode ser isolada como um bacilo qualquer, e vista de forma descontextualizada e suspensa no ar irrespirável de nossas ruas. A campanha da RBS pretende exatamente isso: enxergar o trânsito, sem enxergar o automóvel (e o etos miserável que ele ajudou a moldar em nosso meio). A violência no trânsito é um sintoma de uma sociedade enferma que imola jovens a cada final de semana no altar pagão da máquina automoveira.
Neste sentido, a campanha da RBS é fake, mais falsa que nota de três dólares, mais postiça que o sorriso do lagarto, como diria João Ubaldo. Especialmente quando se sabe que o grande evento musical voltado ao público infanto-juvenil, chamado Planeta Atlântida, organizado pela empresa "RBS Eventos" é patrocinado com exclusividade por uma das maiores cervejarias do Brasil, e que no tal recinto, a bebida alcoólica é consumida por imberbes adolescentes em quantidades amazônicas - sem a menor inibição ou censura dos organizadores das libações juvenis de massa no litoral guasca.
Assim como álcool e direção não combinam, RBS e verdade, idem.
Um comentário:
"Isso tem que ter fim"
Ontem, quando vi essa frase nos veículos da RBS, pensei que eles estavam numa campanha de oposição para derrubar a governadora Yedinha. Segundos depois, me dei conta que se trata apenas de uma campanha contra a violência no trânsito. Qualquer movimento contra a violência do automóvel é altamente meritório e deve ser aplaudido. Mas partindo do grupo RBS (que apoiou o golpe de 64) é preciso que fiquemos com o pé atrás.
Neste caso, é uma campanha de fachada, uma campanha institucional que visa dar contornos humanitários ao business empresarial da mídia corporativa. Os mídias no mundo todo periodicamente fazem tais campanhas com a finalidade de aproximá-los dos seus leitores e simpatizantes. Mera questão de imagem, de aparência pública formal. Como eles passam o tempo inteiro apregoando as excelências da civilização do automóvel, exaltando de todas as formas - direta ou indiretamente - um tipo de sociedade moldada plasticamente para que o automóvel seja o feitiço central do nosso tempo, por vezes é necessário distensionar a corda e passar algumas horas lembrando das perdas que o automóvel pode causar. É o morde-assopra da mídia corporativa, que tem na indústria automobilística uma de suas principais fontes de receita. E os anúncios da indústria automoveira são verdadeiras rapsódias in blue de elogio aos valores mais fundamente atávicos e primevos do homem (como macho): velocidade, força, individualismo, convite à projeção das frustrações em objetos e extensões fetichizadas (a máquina), disputa narcísica, darwinismo social, rebaixamento objetificado da mulher, etc.
A violência no trânsito é a violência do automóvel (isso eles não dizem!), portanto, não pode ser isolada como um bacilo qualquer, e vista de forma descontextualizada e suspensa no ar irrespirável de nossas ruas. A campanha da RBS pretende exatamente isso: enxergar o trânsito, sem enxergar o automóvel (e o etos miserável que ele ajudou a moldar em nosso meio). A violência no trânsito é um sintoma de uma sociedade enferma que imola jovens a cada final de semana no altar pagão da máquina automoveira.
Neste sentido, a campanha da RBS é fake, mais falsa que nota de três dólares, mais postiça que o sorriso do lagarto, como diria João Ubaldo. Especialmente quando se sabe que o grande evento musical voltado ao público infanto-juvenil, chamado Planeta Atlântida, organizado pela empresa "RBS Eventos" é patrocinado com exclusividade por uma das maiores cervejarias do Brasil, e que no tal recinto, a bebida alcoólica é consumida por imberbes adolescentes em quantidades amazônicas - sem a menor inibição ou censura dos organizadores das libações juvenis de massa no litoral guasca.
Assim como álcool e direção não combinam, RBS e verdade, idem.
Mas "isso tem que ter fim".
Redator do blog: Cristóvão Feil
Diario Guache
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