quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Nas alturas: Futebol é ainda esporte e não tortura

O Flamengo divulgou comunicado em que protesta pelas condições a que foram submetidos os seus atletas em partida disputada a quase 4.000 mil metros de altitude contra o Real Potosí. O texto, muito antes de partir de um clube, deveria ter sido já escrito há muito tempo pelo Clube dos 13 e, sobretudo, pela Confederação Brasileira de Futebol. Endosso, sem reparos, o comunicado do Flamengo - por ser também de interesse do Grêmio - e cuja íntegra você tem a seguir:

1. Ontem à noite, o Flamengo arrancou um empate heróico contra o Real Potosí, em condições anti-desportivas e desumanas.

2. A presidência do clube faz questão de homenagear os profissionais que, em jornada épica, encarnaram o lema rubro-negro, segundo o qual, nossa glória é lutar.
3. E deseja também enaltecer a presença de uma torcida do Flamengo em Sucre, dado marcante da grandeza do clube e do tamanho da nação rubro-negra.
4. Mas, torna público que vai comunicar oficialmente à CBF, à Confederação Sul-Americana e à Fifa que, doravante, não comparecerá a partidas em altitude superior aos limites recomendados pela medicina esportiva.
5. Por definição, o campo de jogo é um espaço que deve oferecer igualdade de condições aos oponentes que buscam a conquista esportiva, mediante esforço que engrandece a condição humana, contribuindo para a educação e a saúde.
6. Primeiramente, o campo de jogo, em altitude não recomendada pela medicina, não oferece igualdade de condições aos oponentes, ferindo o princípio da desportividade, o "fair-play".
7. Por fim, a prática esportiva, em condições não recomendadas pela medicina, faz do esforço físico um ato bárbaro, degrada a condição humana e coloca em risco a vida dos atletas. Não proibir jogos nessas condições é o mesmo que ser conivente com a dopagem.
8. O Flamengo, em nome do esporte, denuncia a responsabilidade que as entidades de administração, em especial a Fifa, têm com a preservação da prática esportiva em condições humanas e com a vida dos atletas e não jogará mais em altitude não recomendada pela medicina. O Flamengo é responsável.

Rio de Janeiro, 15 de fevereiro de 2007
Márcio Baroukel de Souza Braga - Presidente

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