ZH - Apesar de cultivar essa rivalidade, você nunca é agressivo com os gremistas.
Carvalho - Nunca gostei da pessoa mal-educada. Minhas referências são, por exemplo, o Aldo Dias Rosa e o Ibsen Pinheiro, pela forma como falam, como se relacionam. Outro que foi uma inspiração é o Rudi Armin Petry, do Grêmio. Copiei dele essa história de cumprimentar especialmente à torcida colorada, admirei muito esse dirigente. Fábio Koff e Adalberto Preiss também, pela elegância e por não debochar do adversário. Gosto da pessoa que defende o seu clube sem debochar dos outros.
ZH - Até porque Grêmio e Inter, muitas vezes, se espelham, não é?
Carvalho - Claro. A conquista de um impulsiona o outro. Quando assumi o departamento amador do Inter, a primeira coisa que fiz foi saber como funcionava o Grêmio. Copiei, não tenho problema em admitir. Claro que depois evoluímos e superamos o Grêmio. Mas é tudo assim, esses dois clubes se balizam.
(ZH, 03-12-2006)