É da natureza humana o erro e, principalmente, o exagero. No atual contexto, onde a euforia colorada está no ápice, não nos surpreende o verdadeiro festival de mêgalomania alvi-rubra que assola o Rio Grande do Sul. Mas, por favor, tudo tem limites. Na segunda-feira, um integrante da Secretaria de Segurança Pública do Estado, calculou (não sabemos em que bases) que 500.000 pessoas (?) acompanhariam o desfile colorado no dia de ontem. O que teria sido usado como parâmetro por este Sr. ? Densidade demográfica da região por onde, finalmente, a delegação do Inter teria o seu dia de glória trafegando sobre caminhões do corpo de bombeiros ? Alguma pesquisa que aponta o número de colorados na capital e /ou região metropolitana ? Quem sabe todos os colorados do RS viriam a recepção ? Mas, a mais delirante projeção estaria por vir por parte da Brigada Militar ! Publicou-se hoje que,aproximadamente, 650.000 pessoas saíram às ruas para saudar o nosso co-irmão ! É nada mais, nada menos, do que a metade da população de Porto Alegre (segundo o último censo 1.300.000 ) comprimida num trajeto de 25 km entre a base de Canoas e o estádio colorado ! Mesmo que fosse feito um generoso desconto e disséssemos que, destes, 45.000 estavam no Beira-Rio (e todos viram os amplos espaços que lá existiam quando da chegada do comboio, nas imagens aèreas dos telejornais) e outros 5.000 seguiram o deslocamento desde o seu princípio e depois agregando outros tantos mil, teríamos 600.000 para acomodar em, repito, 25 Km ! A média ficaria em 24.000 pessoas por kilômetro ! Ou, se preferirem, 2.400 a cada 100 metros !!! O pior é que em parte deste trajeto, às áreas residenciais e comerciais são quase inexistentes. O exemplo é especialmente apartir da Usina do Gasômetro até o complexo do Beira-Rio (outro dia conto o que foi visto e relatado em termos de presença de público nas imediações de toda Av. João Goulart). Até mesmo em metrôpoles como São Paulo e Buenos Aires não é tão comum concentrar multidões de meio milhão de pessoas. Alguém nestes orgãos públicos não tem como ponto forte às ciências exatas. E a imprensa, boa parte dela faceira como nunca, publica um disparate destes. Se o grego Pitágoras fosse vivo, diria que não se pode brincar com os números a ponto de desmoralizá-los.
Nem o Tristão justificaria esta ...
Festejem bastante, saiam às ruas. Mas, façam a gentileza de parar de atochar com estes delírios ufanistas.
Jorge Bettiol.
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