Notícia da edição impressa de 30/10/2009
Empreendedor detalha obra da Arena do Grêmio
Comunidade debateu impactos do projeto, que chega à prefeitura nesta terça
Fernanda Bastos, especial para o JC
O Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) de Porto Alegre debateu nesta quinta-feira o projeto da Arena do Grêmio. O complexo será construído no bairro Humaitá, zona Norte da cidade, e tem previsão de término em 2013. A proposta foi apresentada pelo presidente do conselho administrativo do Grêmio Empreendimentos, Adalberto Preis, e por representantes das empresas que organizam a estrutura da obra - OAS Construtora,Consularq Arquitetura e Engenharia e Profill. Além do estádio de futebol, o terreno de 130 mil m² deve abrigar hotel, shopping e conjunto residencial. Preis argumentou que a arena representará um marco no desenvolvimento da região, já que o projeto engloba um complexo cultural e esportivo. "Não se trata apenas de um equipamento destinado ao futebol", observou. Para minimizar impactos, o projeto terá prevenção a ruídos, elaboração de zoneamento ecológico com identificação de unidades de conservação, preservação do patrimônio histórico e cultural, além de criação de escolas e infraestrutura. Os estudos sobre o aumento de tráfego apontam para a necessidade de uma rodovia expressa, com ênfase no transporte público. Os conselheiros demonstraram preocupação com o impacto da obra. O representante da ONG Solidariedade, Eduíno de Mattos, pediu esclarecimentos sobre as compensações em relação à retirada de uma escola técnica, de uma escola privada e de um Centro de Tradição Gaúcha da região. "Já que a região tem carência de infraestrutra, esse é um ponto negativo", apontou. O representante da Associação dos Moradores do Bairro Anchieta, Lotar Adalberto Mar-kus, cobrou que constassem no projeto as compensações prometidas à comunidade em reunião realizada no ano passado. "Fizemos uma série de solicitações quando o projeto foi exibido para a região, mas elas não estão nessa apresentação", reclamou, lembrando que há necessidade de criação de vias específicas para o deslocamento dos moradores. O representante da ONG Guardiões do Lago Guaíba e presidente da câmara técnica de Recursos Naturais no conselho, Gilson Tesch, acrescentou como problemas os possíveis aterros e a falta de infraestrutura para esgotos na área. "Temos de ter mais informações", pediu. Também houve solicitação de informações mais aprofundadas sobre o Estudo de Impacto Ambiental, que, pela previsão dos empreendedores, será finalizado até dezembro. Preis garantiu aos conselheiros que a região será compensada pela qualificação do bairro, com melhoria na acessibilidade e incremento de habitações e empregos. Diante do volume de questionamentos - a exposição já durava duas horas -, o secretário municipal do Meio Ambiente, Professor Garcia, propôs ao grupo que as questões fossem organizadas em um documento que será entregue aos empreendedores. O projeto da Arena do Grêmio será protocolado na prefeitura nesta terça-feira e segue para análise na Secretaria do Meio Ambiente. Em março do ano que vem, a proposta do clube deve ser tema de audiência pública.
De acordo com Preis, o Comam foi o primeiro órgão que conheceu detalhadamente o projeto, visto que as apresentações anteriores eram mais conceituais. "Por respeito à população e consideração ao conselho, introduzimos o projeto antes mesmo de ele chegar à prefeitura", disse.
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