Grêmio 10 a zero no Inter
Cartazes afixados nas lojas do centro de Porto Alegre anunciavam solenemente para o dia 18 de julho de 1909 o "match externo" entre o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e o Sport-Club Internacional. Trazia a escalação dos dois "teams" (times) e citava ao pé uma premonição: "O primeiro clássico".
O Grêmio completaria em setembro seis anos de prática do nobre esporte bretão. Já havia realizado 16 partidas, 15 contra o Fuss-Ball e uma contra o Rio Grande. Era bem mais experiente que o caçula Internacional, recém nascido no dia 4 de abril na Avenida João Pessoa. A estréia dos vermelhos era contra o Porto Alegrense. Assim nasceu a história da maior goleada em Gre-Nais: 10 a 0.
Da Rua Arlindo, na Ilhota, o Internacional chegou de bonde ao Fortim da Baixada, que assim era chamado porque o Grêmio raras vezes era batido em seu "campo de batalha". O público, metido em seus ternos e vestidos de festa, recepcionou os dois "quadros".
De um lado, os localistas, com fardamento estilo inglês, camisetas metade azul, metade branca e calções pretos. De outro, os camisetas listradas de vermelho e branco e calções brancos. O árbitro Waldemar Bromberg, com dois juízes de linha e dois juízes de gol, trilou o apito e deu sinal de "kick-off".
Aos 10 minutos, o "center-forward" (atacante) Booth marcou o primeiro gol da história dos clássicos. Faria 2 a 0 logo em seguida, e o Grêmio ainda viu um outro gol anulado por "off-side" (impedimento).
O "team" colorado tentou reagir no segundo tempo. Foi em vão. Quando o quadro azul fez 3 a 0, os "players" (jogadores) vermelhos já não demonstravam força. E assim foi até os 10 a 0. Tão fácil foi que o goleiro Kallfez e os zagueiros Deppermann e Becker passaram o tempo conversando com a torcida.
Os juízes de gol, sentados em um banquinho próximo às goleiras (àquela época, sem rede), desistiram de sua missão quando o jogo alcançou os 6 a 0. Quando o senhor Bromberg encerrou a partida não houve troça gremista. De qualquer forma, a torcida invadiu o campo ao trilar do apito.
A torcida carregou seus jogadores sobre os ombros e, mais tarde, os dois quadros seguiram até a sede dos Atiradores Alemães, ao lado da Baixada. Ali festejaram o inédito acontecimento da Capital naquele ano. Como dizia o cartaz, tratava-se de um clássico.
DÁ-LHE GRÊMIO!!!
18 de Julho de 2008 09:50
Publicado por GUILLERMO em gremioacimadetudo.
O que é muito bom merece ser repetido (com menção de fonte e autoria)
A História - embora alguns tentem minimizá-la sobrepondo-se a ela -compõe e enriquece o patrimônio do Clube.
Um comentário:
Vou esclarecer antes que venha problema pro meu lado... Na verdade é não de minha autoria.
Se não me engano é do David Coimbra. Eu achei esse texto há alguns anos e guardei. Todo 18 de Julho mando para meus conhecidos.
Quando vi o post no "Grêmio Acima de Tudo" resolvi colocar o texto na área de comentários.
Abraço e DÁ-LHE GRÊMIO!!!
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