Hélio Sassen Paz, on 03/03/2011 at 00:47 said:
Meu comentário no post do @avicentemartins :
Como sou profissional da área, embora ciente das ponderações que o @avicentemartins fez (e que são justas, diga-se de passagem), nem sempre o que se tem como certo é certo e o que se tem como duvidoso é mesmo duvidoso.
A audiência da Globo justifica tal posição do clube. Todavia, a esmagadora maioria da audiência dos anunciantes que sustentam a emissora e também os próprios patrocinadores do nosso Grêmio (a despeito até mesmo da possibilidade de eles terem solicitado à direção do Grêmio que fechasse com a Globo por causa da audiência hoje existente) não quer mais saber de jogos de clubes cariocas e paulistanos em canal aberto para o RS.
A maioria esmagadora da audiência gaúcha não quer saber de assistir na TV e nem de se deslocar ao estádio para jogos às 22h (aí, afetando diretamente a pressão que podemos exercer sobre nossos adversários – ela se torna menos incisiva quando não temos o Olímpico lotado), mesmo que apenas cerca de 25% a 30% do público se desloque de ônibus. Isso afeta o comércio, o conforto, a rotina e interfere bastante no ânimo do torcedor.
A Record sempre indicou que prefere transmitir jogos com início entre 20:30h e 21:00h – que é o ideal para a maioria das pessoas, seja na TV, seja no estádio. Se há a preocupação com uma suposta perda de audiência para a Record, acho que ela não é suficientemente significativa e – ao contrário – o Grêmio poderá ser um fator de multiplicação dessa audiência. Vejamos: – Transmitindo jogos em um horário mais aprazível, a Record matará parte do Jornal Nacional e parte da novela. É negócio para todos:
- Se, hoje, há uma preocupação com a questão do PPV, sendo a estrutura do PFC tão pobre (percebam: a transmissão é feita por aparelhos defasados, só para a Globo não jogá-lo fora e ainda poder faturar algum dinheiro em cima, mas a imagem e o som são nitidamente piores do que em canal aberto ou nos canais SporTV), os clubes podem cobrar mais do monopólio nesse segmento ao invés de se contentarem com a venda casada;
- Muito em breve, haverá a autorização para milhares de canais digitais via satélite. O próprio Grêmio poderá (e, ao meu ver, deverá) ter um deles. A transmissão é muito barata e poderemos produzir documentários sobre a nossa história, entrevistas e depoimentos de dirigentes, atletas e técnicos históricos, oferecer reprises de jogos memoráveis, termos treinos coletivos com narrador e comentarista como o faz a TV Real Madrid. Além disso, podemos vender o nosso sinal por um preço muito mais caro não apenas para a TV brasileira como também diretamente para o exterior;
- Os grandes clubes brasileiros fazem um lamentável papel de trouxas nessa questão, pois a Globo fatura horrores revendendo o Brasileirão para emissoras de fora;
- O portal Globo.com possui uma infraestrutura invejável. Todavia, assim como já detalhei em um comentário no blog Sempre Imortal (que sei que muitos acham “sujo” e de “oposição” mas que, ao ignorá-lo, cometem o mesmo erro do G7 em não se misturar ao G4 na hora de propor algo ao Grêmio – o Prata, que é verdadeiramente independente, apenas só se manifesta mais lá porque as pessoas nos procuram pra conversar amistosamente, pra tomarmos um chopp e assarmos uma carne sem pedir o nosso apoio ou o nosso repúdio a nada nem a ninguém – caso contrário, não vamos), o Grêmio pode investir relativamente pouco e montar uma estrutura verdadeira de convergência midiática para ELE MESMO transmitir com os seus narradores, repórteres e comentaristas, COBRANDO x a mais na mensalidade do associado via boleto, cartão ou débito em conta e x+30% de não-sócios.
Vejam: o Grêmio possui tão-somente um alcance regional. Nós, infelizmente, não temos como conquistar o Brasil. 40% dos anunciantes, das corporações midiáticas e dos consumidores vivem nos estados de RJ e SP. Devido à migração e às rádios de ondas curtas em meados do século passado, o imaginário do senso comum no N, NE e parte do CO e S acabou adotando os clubes do centro do país como seus. Qual a nossa abrangência? Todo o RS, oeste de SC e PR e um pequeno nicho agrícola e nativista no CO.
O Grêmio do Prata (daí vem o nosso nome) observou que os torcedores das zonas de fronteira do Paraguai, da Argentina e do Uruguai não torcem para os clubes da capital mas, sim, tendem a simpatizar mais com o nosso Grêmio e com o Tradicional Adversário (T.A.). A prova disso é que fomos maravilhosamente bem recebidos em Montevideo nas ruas, nos restaurantes, nos botecos, nas praças, às margens do Rio da Prata. EM Buenos Aires, muitos de nós temos relatos sobre elogios e muito respeito pela camiseta do Grêmio. Entendemos que o marketing como um todo deve se direcionar para esse lado, o que nos aproximaria ainda mais da Conmebol, das arbitragens e nos proporcionaria um maior poder político.
E, embora suponhamos que haja o favorecimento da CBF solicitando ao Grêmio que feche com a Globo porque aí Teixeira prometeria a Arena como sede da Copa, isso não seria necessário, pois eles não vão conseguir concluir o Beira-Rio.
O marketing está no rumo certo quanto aos associados no interior. Mas essa preferência exclusiva pela Globo resulta em uma opção técnica e financeiramente superior duvidosa por se tratar de um pensamento de curto prazo.
[]‘s, Hélio Sassen Paz
Núcleo de Comunicação e Marketing
GRÊMIO DO PRATA
publicado em http://www.sempreimortal.wordpress.com/
quinta-feira, março 03, 2011
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